Por Pedro Kirsten
No último sábado (27/11), Florianópolis teve a oportunidade de receber pela primeira vez um show do Yes, um dos gigantes do Rock Progressivo. O show fez parte da In The Present World Tour 2010, que possuí 10 datas agendadas para a América do Sul, porém apenas duas no Brasil, esta em Florianópolis e uma em São Paulo ocorrida no dia seguinte (28/11).
Apenas três dos cinco membros da formação mais famosa do grupo estavam presentes, dessa forma a banda ficou composta por: Steve Howe nas guitarras, Chris Squire no baixo, Alan White na bateria, Oliver Wakeman, filho de Rick Wakeman, nos teclados e Benoît David - que entrou para a banda em 2008 para substituir Jon Anderson que estava doente e até agora não saiu - nos vocais.
Mais uma vez a abertura ficou por conta dos veteranos do Immigrant, que tocaram clássicos do rock como Good Times Bad Times, Young Lust e Smoke on the Water. Respeito muito o trabalho do Immigrant e gosto de seus shows, porém acho que já está na hora de bandas com composições próprias também poderem abrir os shows internacionais que a cidade vem recebendo.
Com tudo pronto pouco depois das 22:00 horas a banda subiu no palco ao som da faixa introdutória Firebird Suite e logo em seguida abriram com a hipnotizante Siberian Khatru, que ainda teve direito a um improviso de Steve Howe perto do fim da música arrancando muitos gritos dos presentes.
I've Seen All Good People, do The Yes Album de 1971, deu continuidade ao show com o público bastante participativo durante a música. Duvidei antes do show que Benoît David conseguiria executar a música com perfeição, mas me enganei profundamente, já que o mesmo conseguiu um timbre praticamente idêntico ao que ouvimos no álbum.
Por incrível que pareça, a ausência de Jon Anderson também teve seu lado positivo, pois em 1980 foi lançado o álbum Drama, o único até hoje que não conta com Anderson nos vocais e após o seu retorno à banda as músicas desse álbum nunca mais foram tocadas, já que o mesmo se recusava a cantá-las. Como Jon não estava lá, tivemos a execução de Tempus Fugit, com Steve Howe tocando em sua Fender Stratocaster vermelha.
Durante Astral Traveller a banda saiu do palco e retornou após o solo de bateria de Alan White para encerrar a música. Dessa vez Oliver Wakeman voltou para seus oito teclados sem sua chamativa jaqueta de veludo bordô com que havia iniciado a apresentação.
A bela And You And I também foi tocada, e em seguida Steve Howe pegou seu violão para seu solo acústico onde tocou Mood For a Day e Intersection Blues.
A banda retornou para a execução do hit Owner of a Lonely Heart e logo em seguida tocou dois clássicos do álbum Fragile: Heart of the Sunrise e Roundabout, encerrando o set principal.
Não muito mais tarde todos já estavam de volta para encerrar o show no Floripa Music Hall praticamente lotado com outro clássico: Starship Trooper.
O balanço final foi um show praticamente impecável, não houve falha alguma por parte da banda que se mostrou bastante carismática durante toda a apresentação. Uma pena apenas o show ter sido curto (pouco menos de 2 horas de duração) e de Oliver Wakeman ter tido pouco espaço para improvisar e acabou ficando um pouco discreto em certos momentos.
A dúvida da grande maioria era se valeria a pena ir a um show do Yes mesmo sem Rick Wakeman e Jon Anderson. A resposta é sim.
Ainda estavam presentes três dos cinco membros da formação clássica, Oliver Wakeman executa todas as passagens do pai com enorme facilidade e Benoît David possuí um timbre incrível que se aproxima muito do de Jon Anderson. Assistindo vídeos dos últimos shows do grupo na internet é comum alguns ficarem com a sensação de "não era para esse cara estar aí" ao vermos outra pessoa ocupar a posição de vocalista após esta ter sido ocupada por tantos anos por Anderson, mas a partir do primeiro acorde de Siberian Khatru a atmosfera se tornou tão envolvente que isso nem passava mais pela cabeça. Houve sim um certo estranhamento pelo fato de estarmos falando da ausência de duas figuras emblemáticas, porém em termos de performance é certo que toda a magia de um show do Yes foi transmitida para o público. Quem deixou de ir por esse motivo vacilou e não tem ideia da apresentação de qualidade que perdeu.
1. Firebird Suite
2. Siberian Khatru
3. I've Seen All Good People
4. Tempus Fugit
5. Astral Traveller
6. And You And I
7. Mood For A Day
8. Intersection Blues
9. Owner Of A Lonely Heart
10. Heart Of The Sunrise
11. Roundabout
---------------------------------------
12. Starship Trooper
___________________________________
Não deixe de acessar o Forum Metal Is The Law para debater sobre a passagem do Yes pelo Brasil e tudo relacionado ao rock e heavy metal em geral.
3 comentários:
Show perfeitoo um dos melhores com certeza. Siberian Khatru, Heart of the Sunrise, Roundabout, Starship trooper, Tempus Fugit o0 !!!!!!!!!!!!
Repertório quase perfeito (só faltou trocar "Owner Of A Lonely Heart" por "Close To The Edge" ou "The Gates Of Delirium"...hehehe), banda empolgada e Benoit David irretocável.
Ainda bem que cheguei na penúltima música tocada pela Immigrant. Banda cover abrindo show é dose! E pra deixar ainda pior, fecham a noite com a chicletona "Smoke On The Water", que só falta ganhar versão sertaneja...
Olá Parffit. Seria ótimo termos visto essas músicas também. Quando o setlist foi colado no palco para a banda deu para ver que duas músicas haviam sido cortadas, ou seja, o show teria uma música a mais que o restante da turnê sul-americana, mas acabou ficando um uma música a menos. Em São Paulo o repertório foi o mesmo de Floripa.
Ainda não descobri quais músicas foram riscadas, mas provavelmente uma delas era Perpetual Change ou Machine Messiah, pois estavam sendo tocadas nos últimos shows.
Quanto ao Immigrant abrir o show,acho eles uma banda de covers bacana, mas eles já abriram para Deep Purple e Glenn Hughes será que precisava abrir para o Yes também? Acho que já esta mais do que na hora de dar espaço para bandas com composições próprias abrirem os shows internacionais que a cidade vem recebendo.
Obrigado pelo comentário =)
Postar um comentário