Karina Buhr no Recife

Cantora celebra o auge com show vibrante em Recife

Entrevista: Into The Void

Em entrevista ao Metropolis Music, os americanos do Into The Void falam sobre seu novo álbum, a cena Metal da região, o processo de criação de seus clipes e muito mais

Pérola perdida

Funk, Prog e Jazz com os africanos do Demon Fuzz

Band of Skulls

"Sweet Sour apresenta o trio ainda mais flexível, partindo de canções puramente densas à composições com toda a sutileza do folk."

Leonard Cohen

"As velhas ideias deste senhor ainda são muito superiores à várias novas sensações do cenário musical."

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Álbum da Semana: Moribund - Every Kingdom Has To Pass - 7 Seals

7 Seals é uma banda de Power/Symphonic Metal da Alemanha, formada em 2005. Logo que a banda foi formada, lançaram uma demo no mesmo ano, chamada Mooncurse, e receberam reviews positivos e muitos elogios, que renderam em shows pela Alemanha, com performances numerosas.

Depois de um trabalho árduo, em 2008 a banda lançou seu debut, o conceitual Moribund - Every Kingdom Has To Pass. O álbum fala sobre A Canção dos Nibelungos (em alemão Das Nibelungenlied), um poema épico escrito na idade média. O poema, que tem como tema a mitologia nórdica/germânica, fala sobre a viagem que Siegfried, famoso cavaleiro matador de dragões, fez à corte dos burgúndios, suas aventuras para conseguir a mão da bela princesa Kriemhild e sua morte por traição, e a terrível vingança arquitetada por Kriemhild para vingar a morte do amado.

O álbum tem uma produção excelente, o que realça ainda mais a qualidade da banda. Os vocais também estão ótimos, tanto o masculino, de Markus Wagner, que tem uma voz grave, o que não estamos muito acostumados a ver em bandas desse estilo, quanto o feminino, feito pela convidada Sabrina Grochocki, da banda Stormgarde. O disco é "decentemente" longo (pouco mais de 60 minutos), mas possui boas viradas e é muito consistente. O instrumental é excelente, tem um toque épico, riffs cativantes, bons solos, é bem estruturado, e tem boas variações entre as músicas mais rápidas e as lentas. O álbum não tem faixas que se destacam, talvez a 2ª faixa, Onward To forests Wild & Free , mas também não tem faixas ruins, sendo constantemente forte e muito bom como um todo.

Enfim, o 7 Seals tem todos os ingredientes para se tornar uma banda de alto escalão dentro do metal, e isso se reflete bem neste excelente disco. Com toda certeza, é um bom disco, e  altamente recomendado para o os fãs de power/symphonic metal.


Tracklist:

1. Prologue - Birth of a legend 01:27
2. Onward to forests wild & free - Leaving hearth and home behind
3. Treasure of the elder - How Balmung was achieved
4. Unforeseen alliance - United against the Danes
5. The isle of fire & ice - Taming of the valkyrie
6. Fortune & deceit - Twain marriages and the betrayal
7. Prelude to Perdition - Wie Sifrit verraten wart
8. A fateful conspiracy - As fate decends on Sifrit
9. Farewell - Kriemhilt's elegy
10. A gift to the nymph - How Hagen seized the hoard
11. The fierce king of the Huns - Twelve realms bestowed
12. Moribund - Every Kingdom has to pass
13. Epilogue - Withering of a dynasty

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domingo, 26 de setembro de 2010

Review: Robert Plant - Band Of Joy


Depois de se juntar a Alison Krauss para gravar o premiado Raising Sand (ganhou 5 prêmios no Grammy Awards de 2009) Robert Plant decidiu revitalizar o Band Of Joy (banda dos anos 60 no qual John Bonham e Plant faziam parte antes de irem para o Led Zeppelin), mas parece ter sido só uma homenagem a antiga banda. O novo álbum segue a linha do último, os músicos que integram a banda são conhecidos na cena folk americana (dentre eles Buddy Miller, que participou do álbum com Alison Krauss). Não tem muito a ver com o rock dos anos 60, mas talvez um pouco do country/folk dos discos do Led Zeppelin, como o Led Zeppelin III, que tem muito folk em suas influências. Nota-se bem isso em músicas como "Tangerine" e "Gallows Pole", que, inclusive, são resgatadas por Plant nos shows da nova Band Of Joy, bem "Nobody Faults But Mine", do Presence.

Plant não regravou nenhuma canção de sua antiga banda para o disco, que tem um repertório meio obscuro. A faixa que abre o disco é um cover da banda Los Lobos, "Angel Dance". Não veremos nada de muito diferente dessa faixa no restante do disco, que segue com "House Of Cards", uma música de Richard Thompson, um importante músico britânico folk dos anos 60 e 70. Plant resgatou a música de maneira bem inteligente, e a guitarra de Buddy Miller ganha um certo destaque.

"Central Two O Nine" é a faixa mais curta do disco, com 2:46. É uma música simples e com uma levada gostosa. Boa pra relaxar. Aliás, todo o disco tem músicas assim. A próxima faixa é "Silver Rider", um cover da banda de indie rock Low. A tendência folk do rock do grupo se encaixou bem com a proposta de Plant. A música, que tem boas guitarras, é mais lenta, até meio melancólica e tem uma boa parceria de Plant com Patty Griffin nos vocais

"You Can't buy My Love" é a mais animada do disco. Foi gravada, inicialmente, por Barbara Lynn em 1965. É um "rockzinho" mais puro e cru e contrasta bem com a faixa anterior. A faixa também pode ser vista como um recado para aqueles que não entederam sua decisão de não se reunir com o Led Zeppelin para uma série de shows, quando alguns executivos da música chegaram a oferecer mais de 200 milhões à Plant; "Vocês não podem comprar meu amor". "I'm Falling In Love Again" é uma balada melosa e um pouco arrastada, apesar de seus apenas 3:32. "The Only Sound That Matters" é outra regravação do disco. Essa é de Milton Mapes, um cantor country americano. Plant deixa a música bem mais agitada.

"Monkey" é outro cover da banda Low. Plant canta ela de forma bem introspectiva, quase aos sussurros, dando um tom bastante sombrio. "Cindy, I'll Marry You Someday" é uma música tradicional do folk americano. A sombria "Harm's Swift Way" é outro cover, dessa vez de Townes Van Zandt, outro gigante da música folk americana. "Satan, Your Kingdom Must Come Down" é outra música tradicional, numa versão meio blues. Pode ser um tanto irônico ver Plant, que foi acusado inúmeras vezes de satanismo na época do Led Zeppelin, cantado "I gonna pray until they tear your kingdom down, I gonna shout until they tear your kingdom down, Satan youur kingdom must come down". "Even This Shall Pass Away" encerra o disco, é uma faixa com um interessante experimentalismo pop.

Plant é um amante da musicalidade, e a forma como ele trata seus discos deixa seu intimismo bem a mostra. Cada canção mostra uma característica pessoal. Hoje, podemos dizer que ele pode gravar o que tiver vontade. Ele já deixou o seu legado para o rock n' roll e não precisa provar nada a ninguém. Os roqueiros mais radicais podem discordar disso, ou até achar que isso não é bom, mas dá gosto de ver que, apesar de o tempo ter passado, Plant não envelheceu musicalmente. Pelo contrário, se habituou e se modernizou e continua firme e forte. E prova disso é esse Band Of Joy. Plant pesca pérolas de artistas de décadas passadas e as regrava da sua maneira, transformando-as completamente. Basicamente é isso o que ele faz desde o Honeydrippers Volume 1, e em Band Of Joy ainda se nota uma musicalidade mais folk, e até um pouco gospel. Como fã do Led Zeppelin, gostaria muito que a banda se reunisse, mas, com toda essa musicalidade viva dentro de Plant, seria muita tolice subir aos palcos para fazer shows em reuniões nostálgicas que raramente cumprem as expectativas (mas espero que ainda se reunam). Enfim, Band Of Joy é um disco recomendadíssimo para os "roqueiros cansados" e também para ouvidos livres e sem preconceitos. E se bobear, vem mais Grammy por aí.

Tracklist:
01 - Angel Dance
02 - House of Cards
03 - Central Two O Nine
04 - Silver Rider
05 - You Can’t Buy My Love
06 - Falling in Love Again
07 - The Only Sound That Matters
08. Monkey
09 - Get Along Home Cindy
10 - Harms Swift Way
11 - Satan Your Kingdom Must Come Down
12 - Even This Shall Pass Away

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Scorpions (Arena Expotrade, Curitiba, 21/09/10)



Por Pedro Kirsten


Na última terça-feira (21/09) Pinhais, cidade da região metropolitana de Curitiba, recebeu o único show do Scorpions no sul do país pela Get Your Sting And Blackout World Tour, turnê que marca o encerramento das atividades da banda após 45 anos de carreira e mais de 120 milhões de álbuns vendidos e também o lançamento de seu novo álbum, Sting In The Tail.

Porém infelizmente a noite que tinha tudo para ser uma despedida emocionante do público paranaense acabou sendo manchada pela péssima e amadora produção do show (feita pela Prime). Fora a mudança do local do show (que inicialmente seria realizado na Arena da Baixada), os problemas começaram a aparecer logo na entrada. O horário da abertura dos portões indicado nos ingressos estava marcado para as 16:00 horas, porém o público só começou a entrar pra valer a partir da 20:00 horas. Na hora de entrar, os seguranças despreparados não conseguiam conter os furadores de fila que passaram na frente de muita gente que já aguardava no local há horas, além disso os mesmos seguranças foram os responsáveis pela cena mais deplorável da noite, quando após o término do show agrediram covardemente um fã em uma confusão, que segundo várias testemunhas, foi inciada por eles mesmos.
Já dentro do local do show (ou fora, pois o show foi realizado no estacionamento) o palco ainda não estava pronto para a entrada da banda, e devido aos atrasos o show de abertura da banda Tierramystica foi cancelado, uma pena por se tratar de uma ótima banda. Tudo isso acaba sendo no mínimo uma enorme falta de respeito com público que chegou a pagar R$ 400,00 nos ingressos.

Após quase uma hora de atraso finalmente havia chego a hora do show iniciar. Uma animação começou a passar no enorme telão atrás do palco e então o baterista James Kottak aparece para a primeira música: Sting In The Tail. Derrepende um barulho estranho começa a sair das caixas de som e tudo para, o som, o telão, blackout total (desculpem o trocadilho sem graça). O som da bateria de Kottak, volta e o resto da banda entra no palco, porém apenas a bateria e o baixo eram audíveis, depois foi possível ouvir também as guitarras, mas os vocais de Klaus Meine permaneceram 100% mudos. Como o retorno da banda estava funcionando, eles não perceberam que o público não estava ouvindo absolutamente nada e continuaram a música normalmente, ao término todos começaram a vaiar (não a banda obviamente) e a fazerem gestos de que não estavam ouvindo.

O som retornou e Klaus Meine se desculpou e disse que estavam passando por sérias dificuldades técnicas, mas que mesmo assim não iriam cancelar o show. Ele então anunciou a música seguinte, Make It Real.
Era possível ouvir todos os intrumentos e vocais, mas o som ficou extremamente baixo e embolou um pouco durante a música. Na terceira canção, Bad Boys Running Wild, as coisas melhoraram um pouco. Na sequência veio The Zoo com Klaus Meine distribuindo baquetas aos montes para os presentes.
Na instrumental Coast to Coast o vocalista arriscou tocar guitarra e brincava com os fãs fazendo poses para fotos, enquanto isso os guitarristas Matthias Jabs e Rudolf Schenker executavam a música com perfeição na passarela do palco que ia até o meio do público.

Após Loving You Sunday Morning as músicas mais pesadas deram espaço para as baladas, foram tocadas em sequência The Best Is Yet To Come, Send Me An Angel e Holiday. Foram nas baladas onde aconteceu a maior participação do público (com exceção das duas últimas músicas), que no geral estava bastante parado. Ok, para aqueles que estavam mais longe do palco o som estava péssimo e muito baixo e isso de fato desanimou muito, mas na Área VIP o som estava bastante audível e a mesma desculpa não serve.
O riff empolgande de Tease Me Please Me manteve o público animado, na sequência outra música de peso Dynamite.

Na sequência tivemos um dos momentos mais divertidos da noite no solo de bateria de Kottak, foi o momento de maior interação com o público. Enquanto ele tocava e fazia palhaçadas um vídeo bem legal inspirado nas capas dos álbuns da banda, onde ele era o protagonista, passava no telão.
O baterista anunciou a música seguinte: Blackout e o guitarrista Rudolf Schenker entrou fantasiado do homem que aparece na capa do disco de mesmo nome.

Foi então a hora de Matthias Jabs mostrar o que sabe fazer em seu solo de guitarra antes de Big City Nights encerrar o set principal.
A banda retornou para executar dois clássicos do álbum Love At First Sting: Still Loving You e Rock You Like A Hurricane encerraram o show em grande estilo.

Mesmo com o grande número de clássicos, houveram reclamações do público também por causa do setlist, que além de curto a banda deixou a tão aguardada Wind Of Change de fora e como as duas primeiras músicas foram perdidas nada mais justo do que a banda tocar algo a mais para compensar, mas ao invés disso ainda excluíram Raised On Rock do repertório.

Apesar dos graves problemas acontecidos pela produção e estrutura do show, o Scorpions mostrou profissionalismo e conseguiu fazer um ótimo show.
Não houve nenhuma falha na apresentação por parte dos músicos, que apesar da idade pareciam jovens de 25 anos sempre correndo por todo o palco. A voz de Klaus Meine estava ótima, Matthias Jabs e Rudolf Schenker mandaram bem em todas as músicas sem perder uma única nota, James Kottak foi um show à parte e Pawel Maciwoda, apesar de discreto, mandou bem.
Foi um show digno da banda que permanece em ótima forma e deixará muitas saudades.

A banda agora segue para a Turquia onde dará continuaidade a tunê que deverá terminar em dois anos. Um DVD será lançado contendo trechos de várias apresentações da banda e a última passagem pelo Brasil estará presente.

Setlist:

Sting In The Tail
Make It Real
Bad Boys Running Wild
The Zoo
Coast To Coast
Loving You Sunday Morning
The Best Is Yet To Come
Send Me An Angel
Holiday
Tease Me Please Me
Dynamite
Kottak Attack
Blackout
Six String Sting
Big City Nights
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Still Loving You
Rock You Like A Hurricane
Matthias Jabs, esta é a bandeira do Rio Grande do Sul e não a do Paraná!!!
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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Álbum da Semana: Days of Rising Doom - Aina

Aina é um supergrupo de heavy metal formado em 2003 por Amanda Somerville, Robert Hunecke-Rizzo e Michael Rodenberg. No mesmo ano eles lançaram seu primeiro projeto, uma Metal Opera chamada Days Of Rising Doom que conta com inúmeras participações de nomes renomados do heavy metal.

Days Of Rising Doom conta a história da terra de Aina, onde após a morte do Rei Taetius e seu filho, Torek (Thomas Rettke), assume o trono. A história começa com os profetas alertando o Rei Taetius (Damian Wilson) de um perigo no horizonte.
A história se move para o triângulo amoroso entre Oria Allyahan (Candice Night) e os dois filhos do rei Taetius: Talon (Glenn Huhges) e Torek. Torek, após assumir o trono, foge do reino quando Talon pede a mão de Oria em casamento.
Torek se alia à uma raça má chamada Krakhon, de quem ele se torna um misto de rei e deus, assumindo o nome de Sorvahr. Sorvahr reune um exército de Krakhons e invade Aina, expulsando de lá Talon, Oria e Oriana (Sass Jordan), filha deles. Para preservar o reino, Talon envia Oriana para longe, para garantir-lhe segurança, e Sorvahr estupra Oria, que dá a luz à Syrius (Marco Hietala).
Desconhecendo da relação de um com o outro (irmãos e inimigos), Oriana e Syrius se apaixonam. Talon leva Oriana para ajudar a liderar o exército e tomar Aina de volta, enquanto Sorvahr leva Syrius para liderar o exército inimigo. Quando Oriana e Syrius se encontram no campo de batalha eles propõe a paz, que é quebrada por Sorvahr que fica irritado por seu filho querer a paz e não a guerra e o mata. Horrorizada e com raiva, Oriana volta à batalha e derrora Sorvahr e assume o trono de Aina.

O álbum, de modo geral, pode ser classificado como symphonic/progressive metal.
Após a introdução com um arranjo clássico de Aina Overtue temos Revelations que conta com a participação de Michael Kiske e Jens Johansson. Mas as participações não param por aí, talvez este seja o único álbum onde haverá o encontro entre as vozes de Glenn Hughes com a do brasileiro André Matos, e que vozes! Algumas participações ficam um pouco discretas, mas não fazem o álbum perder a qualidade. Com certeza Days of Rising Doom é uma Metal Opera que vale a pena ser conferida.

Veja abaixo a lista de alguns dos músicos convidados:

Glenn Hughes (Deep Purple, Black Sabbath, Trapeze)
Michael Kiske (Helloween)
André Matos (Shaaman, Angra)
Candice Night (Blackmore's Night)
Tobbias Sammet (Edguy, Avantasia)
Simone Simmons (Epica)
Marco Hietala (Nightwish)
Derek Sherinia (Dream Theater)
Jens Johansson (Stratovarius, Dio, Yngwie Malmsteen)

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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Iron Maiden - The Final Frontier (Resenha)

Por Rodrigo Luiz

Quatro anos após A Matter Of Life and Death, seu último disco, o Iron Maiden lança o álbum mais complexo e desafiador de sua carreira. Não, The Final Frontier não é um álbum de rock ou metal progressivo, como muito se tem dito por aí. O álbum tem, sim, músicas longas, passagens "espaciais", trocas de tempo frequentes, além das influências progressivas de alguns integrantes mostradas ao longo da gloriosa carreira da banda, principalmente nos últimos discos, mas ainda não é o bastante para dizer que é um álbum de rock/metal progressivo. Apesar disso, neste álbum, é evidente a busca da banda pela experimentação.
A faixa que abre o disco, na verdade, são duas músicas diferentes que a banda resolveu juntar e dar um nome, Satelite 15...The Final Frontier. A primeira parte é uma intro muito diferente do que a banda costuma fazer, ela tem um um clima meio caótico em meio a guitarras distorcidas gemendo ao fundo e uma bateria constante em um ritmo marcial. Nicko McBrain se sai muito bem nessa parte. Passada a intro, que termina com um pequeno riff, quando esperamos algo explosivo e apocalíptico, surge uma canção meio hard rock e com um ritmo cadenciado, um enorme contraste à primeira parte, diria até que foi bobagem juntá-las. A segunda parte tem ótimos solos e carrega o nome do disco em seu grudento refrão, mas tem uma bridge fraca.

El Dorado, o primeiro single, apesar de ser uma boa música, não convence. Tem uma boa introdução, como se estivesse ao fim de uma música e segue em um andamento estranho, com Steve Harris cavalgando no baixo. A bridge ficou um pouco deslocada da música, que tem um bom refrão, cantado bem alto, mas que não se encaixa muito com o contexto da música. Os bons solos da canção pendem bem para o prog.
Em seguida temos Mother Of Mercy, um dos destaques do disco, porém, negativo. Tem uma introdução bem prog, com um começo mais cadenciado. A música tem um clima obscuro e bons solos, mas o refrão traz um timbre um pouco forçado de Bruce Dickinson, e se repete algumas vezes, deixando a canção arrastada. Coming Home é uma power-ballad que não cai na chatice. Lembra bastante o trabalho solo de Bruce e o solo tranquilo de Dave Murray seguido de outro mais agressivo de Adrian Smith depois do retorno ao tema da introdução que sucede o refrão remete até a sonoridade de 7th Son. O refrão é maravilhoso e os solos são fantásticos.
Seguindo o disco, The Alchemist. É a faixa mais rápida, bem ao estilo da banda, Maiden por excelência. É um faixa bem direta, lembra um pouco Man On The Edge, do X Factor. Tem um bom solo, mas não tem muito peso. A bateria é rápida, mas não tem o acompanhamento das guitarras, e tem um final seco.
Agora chegamos à parte épica do álbum, onde as influências progressivas na sonoridade do disco se tornam bem evidentes. Isle Of Avalon marca essa virada. Como muitas canções épicas do Maiden, a faixa tem uma intro lenta com guitarra e baixo e um vocal calmo de Bruce, num clima bem íntimo. Lembra um pouco Rime Of Ancient Mariner. Então chega a parte mais forte, com Bruce cantando lá no alto e com um solo numa base bem progressiva. A música tem boas pausas no ritmo e solos vindos de todos os lados em cima de riffs complexos. Uma das melhores músicas da banda no últimos tempos.
Starblind também tem uma intro calma, bem inferior a da faixa anterior, mas é curta e com alguns coros. A música tem um andamento incrível com várias mudanças de intensidade e excelentes passagens instrumentais. Na metade da música, a guitarra solta uma melodia muito igual a de Rock Bottom, do UFO, citado algumas vezes por Steve Harris como uma das principais influências da banda. A complexidade e a densidade da soma dos elementos, talvez, pode não ser digerida na primeira ouvida.
A faixa seguinte The Talisman, tem uma intro céltica, onde Bruce declama acompanhado por um violão, num clima que remete a Dance Of Death, e até algumas músicas do Blind Guardian. De repente a música explode, com Harris cavalgando no baixo. No refrão, a voz de Dickinson soa um pouco forçada, mas não compromete a música, que tem um ótimo coro de guitarra que surge em algumas partes da música. Tem ótimos solos, que remetem a The Apparition, do Fear Of The Dark, e também tem uma melodia de guitarra que lembra um pouco o de Virtual XI. Um dos pontos altos do álbum, embora pudesse ser mais curta.
The Man Who Would Be King tem uma bela introdução, e lenta, assim como as anteriores e uma linda melodia vocal. Tem um andamento cadenciado e um aumento constante de intensidade, que cai um pouco no refrão. Depois do refrão, surge um solo espetacular, acompanhado pela bateria de Nicko. A harmonia entre as guitarras e a bateria é fantástica nessa música.
Fechando o disco temos a faixa mais longa, com seus 11:02, e é outra faixa com uma bela introdução, com uma linda melodia vocal, que se repete no decorrer da música, e é substiuída por outra não menos bela em um momento. A música tem um andamento contínuo e melodias marcantes, cheias de feeling, e consegue ter uma atmosfera leve, apesar das guitarras surgirem de todos os lados. Um belo trabalho instrumental, preciso, fantástico, que termina na melodia vocal da introdução seguida pelo som do vento. A música fecha muito bem o álbum, sendo o ponto alto.
The Final Frontier é um discaço. Não é uma unanimidade, os fãs certamente esperavam algo menos experimental, menos inesperado, com músicas fáceis e cheias de energia, que o faz sair "bangueando" por aí e, provavelmente, não verão mais discos assim da banda, mas ainda assim é um disco excelente. A produção do disco, porém, está um pouco fraca, mas isso é um pouco recorrente no caso do Iron Maiden. Não sabemos até onde a banda dá liberdade ao produtor, mas em alguns casos ele tem que se impor, principalemente quando se fala no trabalho vocal, que soa forçado em algumas músicas e poderia ser facilmente ajustado, descendo um ou meio tom. É preciso muito mais cuidado com o vocal.
Dave foi o grande destaque dentre os guitarristas, que tem um incrível entrosamento, sendo responsável por solos fantásticos. Steve Harris mandou muito bem como sempre, apesar de estar um pouco discreto. Bruce é um dos melhores cantores de heavy metal da história, não tem o que discutir, interpreta as letras como ninguém. O grande destaque individual do disco foi Nicko McBrain, que se mostrou muito à vontade nesse estilo que a banda se propôs a tocar, com trocas de tempo, pausas no ritmo e tudo mais. Talvez a melhor atuação desde Piece Of Mind.
Resumindo tudo isso, The Final Frontier é um disco excelente, onde a banda consegue explorar de maneira incrível novas sonoridades. Como eu disse no começo do post, é o disco mais desafiador da carreira da banda, é muito contraditório e paradoxal, e isso é o que torna o álbum excelente, mas ao mesmo tempo, pode formar inúmeras divergências. Os fãs mais radicais podem até torcer o nariz a princípio, mas The Final Frontier é um álbum a se ouvir ouvir com a mente aberta e sem preconceitos. Para quem gosta de ouvir música prestando atenção nos detalhes, este disco é um prato cheio. E por favor, não parem de ouvir em Mother Of Mercy...Garanto que o disco melhora bastante!


Tracklist:
1 - Satellite 15… The Final Frontier
2 - El Dorado
3 - Mother Of Mercy
4 - Coming Home
5 - The Alchemist
6 - Isle Of Avalon
7 - Starblind
8 - The Talisman
9 - The Man Who Would Be King
10 - When The Wild Wind Blows
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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tarja - What Lies Beneath (Resenha)

E a onda de lançamentos não pára. Três anos depois de My Winter Storm, Tarja (que tirou o Turunen do nome artístico) está de volta com seu mais novo disco, What Lies Beneath. Este disco está bem mais pesado que seu último. Se em My Winter Storm as principais reclamações foram direcionadas as guitarras, que viraram quase um elemento secundário diante das orquestrações, em What Lies Beneath não podemos dizer o mesmo.

A faixa que abre o disco é a variadíssima e desafiadora Anterrom Death, com inúmeras trocas de tempo. A música começa com um clima meio medieval, mas explode no refrão. A partir daí a bateria já acompanha a música, mas logo desaparece para um coro de vozes, comandado pela banda Van Canto numa excelente participação, que dá novamente um tom medieval a canção. Seguindo o disco, temos Until My Last Breath. Menos complexa que a primeira faixa, a canção tem um bom refrão e vocais poderosos, mas, apesar de seguir o conceito do disco, peca pela simplicidade, levando em consideração o clima arrasador da primeira faixa.

I Feel Immortal tem um clima mais melancólico e um belo refrão, mas passa um pouco despercebida. Na versão americana do álbum, temos a linda Montañas De Silencio na terceira faixa. Cantada em espanhol e com perfeitas orquestrações, a música é a mais poética do álbum com uma incrível atuação de Tarja. Depois temos In For A Kill, num ritmo "mais metal", com guitarras mais evidentes e um bom riff. Underneath é uma balada no piano com um tom bastante sombrio, tem uma boa letra e uma performance impecável de Tarja.

Little Lies tem guitarras muito mais evidentes, até mais que In For A Kill, um refrão contagiante e linhas pesadas de baixo. River Of Lust é totalmente o oposto, é seguida inteiramente por orquestrações e tem um bonito coro no final, mas fica escondida entre as outras músicas do disco.

A seguir temos duas participações especiais. A primeira é de Phil Labonte, vocalista da banda All That Remains, em Dark Star, soltando seus gritos em algumas partes da música. O resultado do encontro de seus gritos e guturais com o vocal pesado e obscuro de Tarja fica bem interessante. A outra participação é de Joe Satriani, em Falling Awake. A música tem um bom refrão e, como era de se esperar, um solo excelente de Satriani. O ritmo chega a lembrar um pouco I Walk Alone, do álbum anterior.

The Archive Of Lost Dreams é outra balada no piano. A música é muito arrastada, bem inferior a outra balada, Underneath, e soa repetitiva no disco, assim como River Of Lust. Fechando a tracklist oficial do disco, temos a épica Crimson Deep, que conta com a participação do baterista Will Calhoun, da banda Living Colour. Will está ótimo na música, que tem um clima mais melancólico e um bonito e forte refrão.

A deluxe edition do disco conta ainda com We Are, Naiad e Still Of The Night. A bela We Are começa só no piano, mas ganha peso no refrão e tem um solo com guitarras bastante distorcidas e até desafinadas em um momento, dando um efeito interessante à variada música. Naiad tem boas orquestrações e coros e carrega o nome do disco, What Lies Beneath, na letra. É perfeita pra quem aprecia vocais líricos. Em seguida, Tarja empresta o peso de sua voz para Still Of The Night, cover da banda Whitesnake. O resultado ficou muito interessante, principalmente na metade da música, onde a passagem rítmica da versão original dá lugar às orquestrações, junto com a poderosa voz de Tarja. 

What Lies Beneath tem uma boa mistura do metal com orquestras, coros e um obscuro vocal principal. Algumas músicas não casam perfeitamente com a poderosa voz de Tarja, que está maravilhosa como nunca. Algumas músicas são um pouco inconsistentes, não dando apoio o suficiente à sua voz. É difícil acompanhar uma voz poderosa como a de Tarja, mas um pouco mais de esforço na produção das músicas e uma base mais forte ajudaria. Apesar disso, no geral, What Lies Beneath é mais um bom lançamento desse mês, e uma ótima pedida para quem aprecia vocais líricos.

Tracklist:

1 - Anteroom of Death
2 - Until My Last Breath
3 - I Feel Immortal
4 - In for a Kill
5 - Underneath
6 - Little Lies
7 - Rivers of Lust
8 - Dark Star
9 - Falling Awake
10 - The Archive of Lost Dreams
11 - Crimson Deep

Versão Americana:

3 - Montañas De Silencio

Bonus Track:

12 - We Are
13 - Naiad
14 - Still Of The Night

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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Álbum da Semana: Mabool - Orphaned Land

Alguma vez você já parou para se perguntar como soaria uma banda de heavy metal do Oriente Médio, que utilizasse instrumentos e influências típicas de sua cultura em sua sonoridade? Bom, provavelmente não. Porém é justamente isto que o Orphaned Land sabe fazer perfeitamente bem.

O Orphaned Land é uma banda de Israel formada em 1991. A enorme variedade no som da banda impressiona, possuindo fortes influências do death, progressive e doom metal, além das já citadas influências árabes.

Após um intervalo de oito anos a banda lançou em 2004 o álbum Mabool: The Story of the Three Sons of Seven.
Mabool é um álbum conceitual e narra a história de três filhos (anjos) do sétimo (na mitologia o número sete se refere à Deus), o sétimo foi divido em três representando a divisão da religião abraâmica em Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.
Cada anjo recebe um poder e representação (magia, força e sabedoria).
Deus então proíbe que os três se reunam com medo de sua força. Ignorando a ordem divina, os três anjos se unem em um só e são exilados do céu para a terra e divididos em três novamente, condenados a lutarem um contra o outro até provarem que podem retornar ao Céu.
Os anjos também tentam convencer a humanidade a parar de cometer pecados e os alerta sobre uma enchente que será uma punição caso eles continuem pecando.
O álbum descreve a jornada dos três, a tentativa de convencer a humanidade e, no fim, seu fracasso.

Na parte musical Mabool se mostra bastante diversificado e experimental, a faixa Halo Dies serve como exemplo. As letras são em inglês com vários trechos em hebraico e alguns em latim, não há refrões. Os arranjos são uma das partes essênciais para o álbum ser o que é, algo que alterna entre a beleza e a tristeza.
Kobi Farhi é um vocalista excepcional que alterna entre vocais guturais potentes e vocais limpos, talvez algo como Mikael Âkerfeldt do Opeth tenha vindo à cabeça de alguns, há certas semelhanças, porém Farhi possuí uma entonação mais árabe. Isto somado à percussão e o bom trabalho do guitarrista Sassi fazem a banda soar única. A facilidade com que eles incluem elementos musicais de sua cultura é algo que poucos conseguem fazer.

O post ficaria muito maior se eu fosse detalhar tudo o que este álbum possui, portanto o jeito mesmo é ouví-lo. Se você procura algo diferente, bem trabalhado e que ao mesmo tempo consegue ser belo e sombrio, com certeza este álbum é uma boa opção.

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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Kamelot - Poetry For The Poisoned (Resenha)

Enfim, depois do excelente Ghost Opera, de 2007, está pronto o novo álbum do Kamelot, Poetry For The Poisoned. A espera era muito grande e prova disso é o fato de o álbum ser disponibilizado na internet dez dias antes do lançamento na Europa. Para os fãs da banda e para quem curte um bom metal, pode-se dizer que valeu a pena esperar.

O álbum começa com The Great Pandemonium, que tem uma atmosfera meio melancólica, até mais do que a presente em Ghost Opera. Isso não compromete em nada a música, que tem grande participação de Björn “Speed” Stridd, da banda Soilwork, o que faz lembrar March Of The Mephisto, onde Roy Khan é acompanhado por Shagrath (Dimmu Borgir) em uma sincronia de vozes incrível. A faixa abre muito bem o álbum, tendo um excelente solo do guitarrista Thomas Youngblood. Em seguida vem If Tomorrow Came, que soa quase industrial no começo e tem uma melodia mais rápida no refrão que lembra um pouco a banda nos seus primeiros discos.

As duas faixas seguintes tem uma história por trás. Primeiramente temos Dear Editor, um interlúdio que reproduz uma carta de um assassino conhecido como Zodíaco, endereçada a um jornal de São Francisco chamado The Chonicle, em 1974. A faixa seguinte, The Zodiac, trata a história desse assassino - que até hoje não teve sua identidade descoberta - mais a fundo. A faixa tem uma letra muito boa e um atrativo especial, a excelente participação de Jon Oliva (ex-Savatage, Jon Oliva's Pain).

Seguindo o disco, temos Hunter's Season, um dos destaques do album. A faixa é bem variada, com um toque até progressivo. Roy Khan manda muito bem, como de costume, e destaque para Oliver Palotai, no teclado e Youngblood na guitarra, com arranjos muito bons e a participação de Gus G. (Firewind, Ozzy Osbourne), com um solo excelente. Em House On A Hill, Roy Khan faz parceria com Simone Simons, cantora da banda de symphonic metal Epica, parceria já vista em The Haunting (Somewhere In Time). A faixa tem um pequeno, porém bom solo de Youngblood e um refrão bem emocionante que deve agradar bem aos fãs da banda. Destaque também para as orquestrações ditando o ritmo.

A faixa seguinte é Necropolis. A canção é bem pesada, embora mais lenta, e tem uns efeitos interesantes e diferentes, não tão usados em discos anteriores, e conta com mais uma grande atuação de Youngblood. My Train Of Thoughts segue bem o disco, com um começo de efeitos sonoros e um refrão bem cativante com um belo arranjo com orquestrações. Seal Of Woven Years mostra o poder da banda, com mais um destaque para o teclado.

A seguir a faixa título, mais uma grande obra da banda, que foi dividida em 4 partes. A primeira parte, Incubus, condiz com o que foi apresentado no restante álbum, embora tenha orquestrações mais evidentes. Em So Long, a segunda parte, Roy Khan é acompanhado mais uma vez pela bela Simone Simons, e também por Amanda Sommerville, que é responsável pelos corais. A bela canção tem uma atuação fantástica do trio. All Is Over, que também tem participação de Simone e Amanda, tem apenas 1:03. A seguir a última parte, Dissection, que fecha bem a quadrilogia, em um clima mais apocalíptico. Não havia a necessidade de dividir tanto música, a soma das canções não chega a 6 minutos, mas sem dúvida é um grande momento do disco, com grande destaque para as participações de Simone e Amanda e para o guitarrista Thomas Youngblood.

Once Upon A Time encerra o disco propriamente dito. É a mais rápida do disco, chega a lembrar When The Lights Are Down, de The Black Halo, e tem tudo pra virar hit. Em seguida vem a faixa-bônus Thespian Drama, uma instrumental excelente que mostra toda técnica da banda, numa performance impecável. Devia ter entrado para a tracklist do disco.

Mais uma vez a banda se supera. Não é de hoje que o Kamelot se sobressai nessa cena melódica, sempre buscando agregar novos elementos e sonoridades diferentes a suas canções e também consegue ter um som atmosférico, mas ao mesmo tempo direto, sem demontrações desnecessárias de habilidade e técnica. O álbum não chega a ser melhor que The Black Halo, um dos melhores da cena melódica dos últimos tempos, mas é mais um disco brilhante e muito bem produzido da banda.


Tracklist:

01 - The Great Pandemonium
02 - If Tomorrow Came
03 - Dear Editor
04 - The Zodiac
05 - Hunter's Season
06 - House On A Hill
07 - Necropolis
08 - My Train Of Thoughts
09 - Seal Of Woven Years
10 - Pt. I - Incubus
11 - Pt. II - So Long
12 - Pt. III - All Is Over
13 - Pt. IV - Dissection
14 - Once Upon A Time
15 - Thespian Drama

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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Álbum da Semana: After Forever - After Forever


Em 2007, a banda de Symphonic Metal After Forever lança o seu quinto e último álbum de estúdio, encerrando infelizmente a promissora carreira do grupo.

O término da carreira com certeza não está associado à falta de criatividade musical da banda, o que é comprovado com a qualidade do resultado final deste trabalho. Apesar de apresentar uma proposta diferente dos álbuns anteriores, como os aclamados Decipher e Invisible Circles, After Forever pode ser plenamente apreciado. Traz muito mais peso para a sonoridade da banda sem deixar de ser sinfônico, algo não tão explorado nos seus antecessores.

O que se vê é uma boa atuação da Orquestra Sinfônica de Praga, que participou da parte instrumental e também vocal com a cantora Amanda Somerville. Floor Jansen faz belas linhas vocais líricas, utilizando bem o seu soprano, às vezes alternando muito bem com os guturais do guitarrista Sander Gommans como é o caso da música de abertura, "Discord", um dos destaques.

Em "Evoke" Floor tem uma excelente performance e as guitarras estão bem executadas. A sonoridade mais pesada está à mostra nas faixas "Transitory" e no single "Equally Destructive". A também single e poderosa "Energize Me", "Cry With A Smile" com suas belas orquestrações e "Dreamflight" merecem destaque. Esta última, de 11 minutos, apresenta um belo duelo de vocais, com os líricos de Floor, os limpos do guitarrista Bas Maas e os guturais de Gommans.

Vale ainda salientar as participações especiais da cantora Doro Pesch, ex-vocalista da banda de heavy metal Warlock, em um dueto vocal com Floor na música "Who I Am" e do guitarrista Jeff Waters da banda de thrash metal Annihilator, participando da música "De-Energized".

Aí está um belo trabalho que findou a carreira de um dos expoentes do metal sinfônico, adorado por uns e nem tanto por outros por seguir uma linha diferente da que consagrou o After Forever, mas que vale ser ouvido.


Tracklist:

Discord
Evoke
Transitory
Energize Me
Equally Destructive
Withering Time
De-Energized
Cry With A Smile
Envision
Who I Am
Dreamflight
Empty Memories



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sábado, 4 de setembro de 2010

As Cenas de Uma Vida Passada - Ato II

Por Pedro Kirsten  

Daremos continuidade à matéria sobre o conceito do álbum Metropolis Pt.2: Scenes From A Memory do Dream Theater. Se você ainda não leu a primeira parte da matéria clique aqui.


Ato 2:

Cena Seis: Home
Ouvimos Julian falar de sua obssessão com sua decadência. Victoria o abandona devido aos seus vícios, pelo álcool e pelo jogo. Depois ouvimos Edward consolando Victoria por ter terminado com Julian. Ele se sente atraído por ela, no início também sente culpa por trair seu próprio irmão, mas depois essa atração se torna mais forte e ele a seduz. Logo ele se torna violento e possessivo. No fim da música Nicholas se sente cada vez mais atraído pela história.

Há em Home algumas partes similares com Metropolis Pt.1, tanto na letra quanto no instrumental. Também, no meio da música, é possível ouvir uma mulher tendo um orgasmo junto com o som de uma máquina-caça-níqueis. Isso simboliza a paixão entre Victoria e Edward ao mesmo tempo em que Julian alimenta seu vício.



Cena Sete, Parte I: The Dance Of Eternity O último verso de Metropolis Pt. 1 diz: "O amor é a dança da eternidade". Isso possívelmente representa quando Victoria e Edward fazem amor, a dança por causa dos movimentos e eternidade por causa da memória interminável do momento. A música incluí alguns riffs usados em Metropolis Pt 1.



Cena Sete, Parte II: One Last Time
Nicholas está convencido de que aquilo que ele viu no jornal é a verdade, e também ouve alguns rumores do affair de Victoria com Edward. Então vemos Victoria, na vida passada, dizendo "Pela última vez, nós deitaremos hoje" ("One last time, we'll lay down today"). Isto pode ser Nicholas ouvindo Victoria dizer adeus a Edward e que este será o último encontro.

Nicholas visita a casa de Edward, ele sente que a casa possuí pistas importantes. Ele entra no quarto e escuta gritos de uma mulher e um homem pedindo perdão, é possível que a este ponto Nicholas suspeite sobre o relacionamento de Victoria e Edward. Em um estado de dupla consciência ele vê cenas do encontro fatal de Victoria, mas não consegue informações o suficiente e a memória se apaga.



Cena Oito: The Spirit Carries On
Nicholas acorda novamente, e pela última vez, sobre hipnose e reiterando sua crença de que sua alma transcenderá e que ele não precisa temer a morte. Ele acredita que Edward estava envolvido no assassinato e planeja revelar a verdade sobre o que aconteceu há 70 anos atrás. Victoria aparece em sua mente, no presente, e diz que ele deve seguir em frente, que ela revelou a verdade para ele e que ele nunca deverá esquecê-la. Nicholas entra em um estado de paz por ter apaziguado o problema de Victoria e sua obssessão. Ele compreende que tudo isso aconteceu porque a morte não é o fim, mas apenas uma transição, como o hipnoterapeuta já havia lhe dito.
Cena Nove: Finally Free A última cena guarda informações que Nicholas não sabe à respeito, pois o hipnoterapeuta o retira do estado de trance e podemos ouví-lo entrar no carro e ir embora. O que descobrimos é que Victoria e Julian marcam um encontro secreto para conversarem, ela está animada, pois foi Julian quem ela sempre amou, e que ela terminará tudo com Edward. Ela não se sente mais culpada pelo caso com Edward, mas sabe que Julian "mataria seu irmão se ele descobrisse".



Eles se encontram imaginando que estão sozinhos. Edward aparece e começa a brigar com Julian, que deixa cair uma garrafa de licor do bolso de seu casaco e pega uma faca. Edward atira em Julian. Victoria grita. Edward diz: "Abra seus olhos Victoria", e atira nela também. Julian rasteja até ela e diz suas últimas palavras ("One last time...."). Edward escreve uma carta de suicídio e coloca no bloso de Julian e corre em busca de ajuda, fingindo ser uma testemunha.



Quando a história retorna à Nicholas ele está dirigindo para
sua casa e pensando que ele finalmente está livre da história que estava lhe perseguindo. Nicholas chega em casa e bebe algo para relaxar. Logo outro carro chega e o hipnoterapeuta entra na casa e Nicholas se assusta. O hipnoterapeuta então diz: "Abra seus olhos Nicholas" e ouvimos um barulho estático até começar a sumir. O álbum deixa este final pouco claro, porém no DVD ao vivo é revelado que o hipnoterapeuta é a reencarnação de Edward e que ele matou Nicholas, completando novamente o ciclo. Também pode-se interpretar que a missão de Victoria era alertar Nicholas sobre o ciclo asassino, ao invés de apenas confortá-lo sobre a vida após a morte e revelar seu passado.



O som que se ouve no fim do álbum marca o que os fãs chamam de meta-álbum, onde a última nota ou som de um álbum é a mesma ou similar à primeira nota do álbum seguinte. O meta-álbum do Dream Theater dura 4 álbuns, indo de
Scenes From a Memory até Octavarium, onde a última frase é "Esta história termina onde começou".




quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Blind Guardian - At The Edge Of Time [Review]

Nota: 9,5

Quatro anos após o lançamento de 'A Twist In The Myth', os alemães do Blind Guardian finalmente estão de volta com seu mais novo álbum: 'At The Edge Of Time'.

Neste novo álbum a banda mantém as orquestrações que começaram a ficar mais presentes a partir de 'A Night At The Opera' (2002). É o que se pode notar logo no primeiro minuto de 'Sacred Worlds' (nova versão da música 'Sacred'). Com fortes vocalizações a música começa o álbum de maneira emocionante e dá uma amostra do que está por vir em 'At The Edge Of Time'.

'Tanelorn (Into The Void)' possui bastante peso em seus riffs e um refrão bastante pegajoso, seria um ótimo acréscimo nos repertórios dos shows da próxima turnê.
O início de 'Road Of No Release' deixa a sensação de ser uma faixa bastante melódica, mas aos poucos vai crescendo e mostrando sua verdadeira face. Boa faixa que se encaixa bem com o restante do álbum.

Inspirado na séries de livros 'The Wheel Of Time', de Robert Jordan, o petardo 'Ride Into Obsession' tem um andamento bastante veloz e um refrão que dificilmente alguém ficará sem vontade cantá-lo. Destaque para o baterista Frederik Ehmke.
'Curse My Name' é um contraste em relação à faixa anterior. Com um clima medieval, bem característico da banda, nos remete à canções como 'The Bard's Song - In The Forest'. Um dos destaques do álbum.

A bela e melódica 'Valkyries' possui um dos melhores trabalhos instrumentais do disco. O álbum segue com a ótima 'Control The Divine', a música é inspirada na obra de John Milton, 'Paraíso Perdido', e possuí uma pegada bastante envolvente que agradará a grande maioria dos ouvintes.

A segunda balada do disco, 'War Of The Thrones', possuí versos bastante melancólicos e um refrão mais animado. Típica música que apenas uma banda como o Blind Guardian sabe fazer direito. Na sequência temos o primeiro single do álbum, 'A Voice In The Dark', música com ritmo bem intenso com uma sonoridade que lembra álbuns mais antigos como 'Imaginations From The Other Side' (1995).

O gran-finale não podia ser melhor. A épica 'Wheel Of Time' (também inspirada nas obras de Robert Jordan) apresenta fortes orquestrações, escalas exóticas e um refrão fabuloso. Grande destaque do álbum.

Efim, 'At The Edge Of Time' é mais um grande álbum dos bardos a nível de seus álbuns clássicos que os consagraram. Frederik Ehmke e Marcus Siepen fazem um ótimo trabalho na bateria e guitarra base respectivamente, mas os destaques são novamente André Olbrich, guitarra solo, e Hansi Kürsch, vocal, ambos escreveram faixas de alta qualidade. Mesmo após mais de 22 anos de carreira a voz de Hansi não perdeu nenhum um pouco sua potência e manda muito bem nas interpretações das novas músicas. Mais um lançamento recomendadíssimo para este ano!
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Acesse o Forum Metal Is The Law para debater sobre o novo álbum e tudo relacionado ao Blind Guardian no tópico da banda.

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