Por Pedro Kirsten
Uma década inteira se passou desde que os veteranos do Yes lançaram seu último álbum de estúdio, "Magnification". De lá pra cá várias mudanças ocorreram na banda, entre as mais notáveis estão a saída de Jon Anderson, sendo substituído por Benoît David, e o retorno de Geoff Downes para o grupo. Completam o time: Chris Squire, Steve Howe e Alan White, além de Trevor Horn como produtor e co-compositor.
É difícil não estabelecer algumas relações entre "Fly From Here" e o polêmico "Drama", de 1980, devido a atual formação da banda. Afinal, ambos são os únicos álbuns que não contam com Jon Anderson nos vocais e ambos trazem a formação considerada a mais "comercial" da banda por parte dos fãs (porém com Benoît David no lugar de Trevor Horn).
O álbum abre com a suite Fly From Here, dividida em seis movimentos, ao qual apresenta o primeiro single do álbum, We Can Fly. A música foi composta por Trevor Horn e Geoff Downes antes da banda gravar "Drama" e foi executada durante a turnê do mesmo, apesar de não ter aparecido no disco. A canção só foi lançada em 2005, sob o nome de We Can Fly from Here, na coletânea "The Word Is Live". Outros destaques da suite ficam com Madman at the Screens e a bela Sad Night At The Airfield. Evitando comparações com Jon Anderson, é possível, nas seis faixas iniciais, ter um belo cartão de visita da competência de Benoît David como vocalista, que executa todas as canções com maestria. Seu timbre lembra sim o de Jon Anderson, porém sem soar forçado ou genérico.
É possível perceber um "quê" de "Drama" ao tratarmos de faixas como a ótima Into The Storm, porém outras como Life On A Film Set soam também como um desenvolvimento em relação ao supracitado álbum. Apesar das comparações, vale frisar que o disco soa diferente de tudo que a banda já lançou, incluindo os trabalhos mais recentes, nada radical, porém é um disco mais 'simples' e suave em relação ao que a banda costuma lançar. Ainda há lugar para leves tendências Folk em músicas como Hour of Need, e um número acústico de Steve Howe em Solitaire.
Não é um dos trabalhos mais memoráveis lançados ao longo da extensa carreira do Yes e uma certa parte do público estranhará um pouco alguns pontos na primeira audição, porém "Fly From Here" é um álbum apreciável do começo ao fim. Uma boa adição na discografia do grupo e que marca o início de uma nova fase na banda. Resta agora torcermos para que o Yes não nos deixe esperando por dez anos até lançar o próximo álbum.
Nota: 8,0
Tracklist:
01. Fly From Here - Overture
02. Fly From Here - Pt. I - We Can Fly
03. Fly From Here - Pt. II - Sad Night at the Airfield
04. Fly From Here - Pt. III - Madman at the Screens
05. Fly From Here - Pt. IV - Bumpy Ride
06. Fly From Here - Pt. V - We Can Fly Reprise
07. The Man You Always Wanted Me to Be
08. Life on a Film Set
09. Hour of Need
10. Solitaire
11. Into The Storm
1 comentários:
Realmente estranhei o disco no começo, como já foi dito não houve nenhuma mudança radical na sonoridade, mas sei lá :) não deu a mesma sensação de ouvir um disco do Yes, principalmente por não contar c/ Jon Anderson. Mas foi só no início, é um ótimo disco e dá para curtir de boa!
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