Por Pedro Kirsten
Foram necessários três anos de espera para que o Opeth pisasse novamente em terras brasileiras. Desta vez os suecos vieram ao país para promover seu mais novo trabalho, “Heritage” (2011), que marca um novo direcionamento musical adotado pela banda. A única apresentação do grupo no país aconteceu novamente em São Paulo, desta vez no Carioca Club.
O show começou com um atraso proposital de 20 minutos, pedido pela própria banda devido à exaustão do show realizado em Buenos Aires, realizado na noite anterior, e da viagem. A abertura da apresentação ficou à cargo de The Devil’s Orchard, o primeiro single de “Heritage”, seguida por I Feel The Dark, do mesmo álbum. Mikael Åkerfeldt, que vestia uma camiseta do Sarcófago, saudou o público pela primeira vez e demonstrou seu famoso bom humor ao relembrar a primeira apresentação da banda no Brasil, em 2009 no Santana Hall, também em São Paulo, quando uma goteira pingava sobre sua cabeça ao longo do show.
A sutileza e o crescendo envolvente de Face Of Melinda levou os fãs ao delírio enquanto cantavam a letra em uníssono. Antes de Slither, Åkerfeldt dedicou a música à Ronnie James Dio e declarou que o Rainbow foi a principal inspiração para a mesma. Gritos dos fãs por Windowpane tomaram conta do Carioca Club e Mikael respondeu: “nós não tocamos pedidos de músicas, a menos que a música que vocês estejam pedindo seja a próxima no setlist”. E sim, Windowpane era a música seguinte no setlist.
A belíssima Burden, do álbum “Watershed” (2008), foi executada na sequência com uma ótima performance do tecladista Joakim Svalberg. “A nossa próxima música não é uma das mais populares, mas nós gostamos muito dela, então vamos tocá-la mesmo assim” foram as palavras de Mikael antes de The Lines In My Hand – vale destacar o ótimo trabalho do baixista uruguaio Martín Méndez na canção - seguida de Folklore, ambas fazem parte de “Heritage”.
Ao fim de Folklore, Mikael Åkerfeldt novamente voltou a interagir com o público, brincando: “Há um lado da banda que ainda não mostramos. E é claro que estou falando das nossas músicas de tango e foxtrot”. Não tivemos tango nem foxtrot, mas tivemos Heir Apparent, ovacionada pelos fãs sedentos pelo lado mais pesado da banda. The Grand Conjuration e The Drapery Falls, do já clássico “Blackwater Park” (2001), fecharam o repertório.
No bis, a aclamada Deliverance, com todos os ingredientes que uma música do Opeth costuma ter, foi a encarregada de encerrar a apresentação.
No balanço final, um show impecável do Opeth. A banda esbanjou simpatia e bom humor na hora de interagir com o público e competência na hora de executar as canções. O único ponto que alguns fãs podem vir a questionar é em relação ao setlist que a banda optou, já que nenhuma faixa dos três primeiros álbuns foi tocada, porém o foco da turnê é outro, e o direcionamento nos setlist adotado pela banda já não era mais novidade para ninguém. De uma forma ou de outra, ainda era notória a satisfação da grande maioria após o show. A apresentação em São Paulo foi a prova de que o Opeth vive um dos melhores momentos de sua carreira. Resta agora torcer para que a próxima vinda da banda ao Brasil aconteça o mais rápido possível.
Setlist:
01. The Devil's Orchard
02. I Feel The Dark
03. Face Of Melinda
04. Slither
05. Windowpane
06. Burden
07. The Lines In My Hand
08. Folklore
09. Heir Apparent
10. The Grand Conjuration
11. The Drapery Falls
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12. Deliverance
Fotos: Edi Fortini
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