sábado, 28 de janeiro de 2012

Review: Lana Del Rey - Born To Die

Por Gabriel Albuquerque

Um hype pode ser definido como um artista ou banda que surge do nada, sem nenhuma explicação aparente, e é destaque de crítica e público, com milhares de fãs inveterados em torno do mundo todo. Algumas vezes, o grupo ''hypado'' consegue administrar a demasiada e precoce aten em si próprio e consegue firmar-se no showbizz. Mas a grande maioria vai direto para um limbo profundo sem chance de volta e tornam-se um artista de um hit só - e olhe lá...

A jovem americana de 25 anos Lana Del Rey é o hype do momento. Desde que apareceu com a música ''Video Games'', uma balada romântica com inspirações de Carole King, a cantora consta está no topo das paradas americanas e nas páginas do NME, Spin, The Guardian, NY Times, Q, entre outros, que não economizavam elogios e apostaram alto na moça. Isso tudo sem ter lançado nem sequer um disco.

Eis que Born To Die, seu ansiosamente aguardado disco de estréia, vaza na web (o lançamento está programado para o dia 31de janeiro). E com ele, pipocam as mais diversas opiniões por blogs e sites musicais.

O álbum começa jogando uma luz positiva sobre a cantora, com as agradáveis ''Born To Die'' e ''Blue Jeans'' mais o hit ''Video Games'', que a tornou conhecida, e de fato, uma boa canção. Uma balada romântica que seduz com leves maneirismos vocais e conquista com uma interpretação fria e versos bem escritos. Nada de grandioso, mas uma boa canção.

Mas para por aí. Tudo vai por água à baixo nos próximos minutos. ''Diet Moutain Dew'' é mais irritante do que um bate-estaca. Ao tentar (e falhar miseravelmente) fazer rap em ''National Anthem'', Lana mais se assemelha à uma Avril Lavigne. E quando tenta repetir o clima de ''Video Games'' em ''Dark Paradise'' e ''Carmen'', onde ela injeta uma emoção de plástico e se torna uma caricatura de si mesma.

O disco continua, e vão surgindo mais e mais faixas carregadas de interpretações insípidas e melodias inssosas, que recorrem à produção para introduzir alguma intensidade através de arranjos orquestrais baratos e exagerados que tornam as músicas chatas e cansativas.

Enfim, Born To Die é um disco monótono e pretensioso. Suas faixas tentam ser belas, mas só emocionam a pessoas que choram com comercial de margarina. Lana é completamente desprovida de atitude e pegada, tornando suas músicas tão cativantes quanto um prato de quiabo e kiwi.

Born To Die era esperado para ser uma dos melhores discos de seu ano. Caso venha a acontecer, pode ter certeza de que 2012 foi uma ano muito improdutivo para a música e que o apocalipse está mesmo próximo.



Nota 3,5:

Tracklist:
1. Born To Die
2. Off To The Races
3. Blue Jeans
4. Video Games
5. Diet Mountain Dew
6. National Anthem
7. Dark Paradise
8. Radio
9. Carmen
10. Million Dollar Man
11. Summertime Sadness
12. This Is What Makes Us Girls
13. Without You
14. Lolita
15. Lucky Ones



8 comentários:

Parei de ler depois do ''anciosamente''

Acabei deixando passar esse erro. Obrigado por falar.

Eu gostei bastante do album, não é uma coisa incrivel, mas gostei. Estava esperando mais do que o 21 da Adele, mas não passou dele não.
A única música que eu não gostei desse album foi National Anthem.

Lucas, o álbum realmente dividiu opiniões. O The Guardian, por exemplo, deu 4 estrelas e acho que tenha sido a BBC que publicou um artigo alegando que Born To Die era ''brilhante''.

Mas também teve muita gente metendo o pau. Achei o álbum bem fraquinho, assim como vários hypes que aparecem e somem pela internet.

Ouvi o disco, caro Alburca. Sabe qual é o problema da Lana Del Rey? É a Lana Del Rey. Suas vocalizações plastificadas e monótonas mandam o belo trabalho harmônico/melódico descarga abaixo.

Belo trabalho harmônico? Ah, só pode ser bricandeira. As melodias são chatas pra cacete e sem emoção nenhuma, assim como a sua voz.

Esqueceu de um detalhe: eu gosto do trabalho do Bon Iver. Passar bem, obrigado!

Fala sério, Kiwi é muito bom...

Mas enfim, eu ainda não consegui gostar do disco e, sinceramente, acho que não tem jeito de eu gostar. Produção ok, melodias ok também, mas falta aquele algo mais, o diferencial que a própria Lana Del Rey deveria mostrar. Mais ou menos o que o G. Augusto disse, mas com outras palavras.

No cenário pop atual acho que tem muita coisa melhor e menos conhecida.

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