A Vivendo do Ócio deu seus primeiros passos sem muitas expectativas, na capital baiana Salvador. Embalado por The Clash, Strokes, Los Hermanos, Beatles e Stones, o grupo foi crescendo e lançou os discos Teorias de Amor Moderno (2008) e Nem Sempre Tão Normal (2009), que foram bem recebidos pelo seu rock cru e direto ao ponto. Aos poucos, o quarteto, liderado pelo vocalista e guitarrista Jajá Cardoso, foi se tornando um nome de destaque na cena roqueira nacional.
No entanto, o maior passo da Vivendo do Ócio foi dado agora, com o lançamento de seu terceiro disco, O Pensamento é um Imã. Com ele, a banda demonstra uma postura mais madura e evoluída, com músicas intensas e bem trabalhadas, mas que continuam com a mesma força do rock simples e jovial de outrora.
Com ajuda dos leitores do blog e fãs da banda, entrevistamos o frontman Jajá, que falou sobre Pensamento é um Imã, disco que vai aparecer em várias listas de melhores do ano no final de 2012. Pode anotar...
O álbum O Pensamento é um Imã, sem sombra de dúvidas, demonstra além do bom rock brazuca, a maturidade musical que a banda alcançou. As composições são mais intensas, ricas em conteúdo. Gostaria de saber como foi o processo de produção do álbum, e se foi necessário um esforço a mais para que ele pudesse atingir o resultado que todos nós tivemos o prazer de conhecer?
O processo de produção começou muito tempo antes da gravação com as composições que foram surgindo, então pouco menos de 1 ano dela começar passamos um tempo em Morro de São Paulo pra focar mais as composições e depois fizemos duas pré-produções em casa. A partir desse ponto o Chuck e o Rafael já começaram a trabalhar nas músicas com a gente. Em junho de 2011 começaram as gravações pra valer entre os estúdios Costella (São Paulo, SP) e Tambor (Rio de Janeiro, RJ).
Notei vários riffs e linhas de bateria bem 'quebrados', um tanto quanto característicos do math rock. Gostaria de saber o que andam ouvindo e quais são as principais influencias para este álbum?
Pergunta enviada por Rafael Andrade
A gente escuta música de todos os tipos, cada um tem gostos diferenciados, e atualmente na VDO House tá rolando mais Black Keys, Billy Bragg & Wilco, Criolo e Arctic Monkeys. Já no O Pensamento É Um Ímã as influências brasileiras ficaram mais fortes como a dos Novos Baianos, sentimos que uma pegada stone rock do Queens of The Stone Age deu sua contribuição e na epóca também escutamos muito Wasting Light do Foo Fighters, além das clássicas referências que nunca deixaram de existir.
Quais suas faixas preferidas de O Pensamento é Um Imã?
Pergunta enviada por Fernanda MS
Música é que nem filho, a gente gosta de todas, mas sem dúvida entre as queridinhas estão: ''Radioatividade'', ''Nostalgia'', ''O Mundo é Um Parque'' e ''Silas''.
Eu vejo a música de vocês como algo mais jovem adulto, aquela coisa mais "20 e poucos anos". Eu não sei se vocês vêem assim, mas se a resposta for sim, qual é a "reação" quando adolescentes ou pré-adolescentes gostam de Vivendo do Ócio e/ou os projetos paralelos, como Contra-Senttido e Chá de Bebê?
Pergunta enviada por Thainá
Sim, e isso é ótimo, porque a música não tem idade. É muito massa ver que pessoas diferentes se identificam com a mesma idéia, cada uma do seu jeito.
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| Vivendo do Ócio em Amsterdam, Holanda, em 2010. |
Lá é realmente outro mundo, é dificil fazer uma relação ou comparar. O espaço e a mídia especializada é grande, existem muitos movimentos e festivais que fazem o rock crescer sempre, lá você vê que o Brasil está apenas engatinhando em muitos aspectos.
Ainda sobre os shows na gringa, a banda tocou nos festivais Italian Wave e Brazilian
Day. Como foi participar desses eventos? Como foi a receptividade do público?
Foi demais, além de ser uma conquista pra gente foi também para o rock brasileiro, eramos a única banda do genero no Brazilian Day, a galera curtiu o som, a receptividade foi tão boa que parecia que eles conheciam bem as músicas. Do mesmo jeito foi na Italia Wave, porém surreal! Tocamos antes do Lou Reed e vimos a lenda viva de perto, acho que a ficha só caiu quando vimos tudo em vídeo. Também em meio ao festival atuamos num filme/documentário chamado Vive Le Rock, que conta a história de um rapaz que queria se suicidar e é salvo por quatro jovens que levam ele pra curtir a vida. O filme deve sair esse
ano e correr entre os festivais de cinema da Europa.
E como surgiu a parceria com Dadi na faixa ‘’O Mais Clichê?’’
Como somos fãs dos Novos Baianos, comentamos com o Rafael Ramos que seria muito bom ter uma participação de algum deles, então ele pensou no Dadi, que quando ouviu a música, topou na hora e tivemos a honra e felicidade de ter a participação desse grande músico.
O Pensamento é um Imã teve produção assinada por Rafael Ramos e Chuck Hipolitho, dois profissionais já veteranos no ramo do rock. Como você enxerga a influência dos produtores no disco?
Foi muito boa! A parceria com esses dois deu muito certo, eles somaram muito, o disco ficou como a gente queria e espero que possamos trabalhar juntos mais vezes.
Muitas resenhas dizem que O Pensamento é um Imã é uma evolução da banda, tanto nas letras quanto no som. Mas e vocês, como enxergam o novo álbum em relação à carreira do grupo?
E é justamente isso, esse disco tem toda a experiência que conseguimos nesses 5 anos de estrada, mudança pra São Paulo com o lançamento do nosso primeiro disco em 2009 e vivendo juntos desde então. Espero que a essência que conseguimos com o O Pensamento É Um Ímã só cresça e faça com que nossa música ganhe cada vez mais identidade.
Por fim, quais os próximos planos da Vivendo do Ócio?
Vamos lançar clipes dos singles, continuar nossa divulgação na rede e tocar, tocar e tocar por esse Brasil afora.
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