Por Pedro Kirsten
Experience Hendrix é um projeto que visa celebrar a música e o legado do lendário guitarrista Jimi Hendrix. O projeto é liderado pelo baixista Billy Cox, que foi membro do The Jimi Hendrix Experience durante 1970 assim como da Band Of Gypsys. O Experience Hendrix funciona como um tributo all-star à Jimi Hendrix, onde Cox se junta à músicos renomados dos mais diversos gêneros para enormes jam sessions ao som das principais músicas da carreira de Hendrix.
Experience Hendrix é um projeto que visa celebrar a música e o legado do lendário guitarrista Jimi Hendrix. O projeto é liderado pelo baixista Billy Cox, que foi membro do The Jimi Hendrix Experience durante 1970 assim como da Band Of Gypsys. O Experience Hendrix funciona como um tributo all-star à Jimi Hendrix, onde Cox se junta à músicos renomados dos mais diversos gêneros para enormes jam sessions ao som das principais músicas da carreira de Hendrix.
No último dia 13/03 foi a vez de Orlando, nos Estados Unidos, receber um show da turnê. O local escolhido foi a bela casa de shows Hard Rock Live. Logo na entrada a revista era bastante rigorosa e nenhuma câmera ou dispositivo de gravação era permitido.
O show deu início com algumas fotos e vídeos de Jimi Hendrix sendo exibidas no telão e, logo em seguida, Janie Hendrix, irmã de Jimi Hendrix, subiu ao palco para saudar o público e convidar os primeiros músicos da noite a subirem ao palco.
Os primeiros músicos a se apresentarem foram Billy Cox no baixo e vocal, os guitarristas Eric Gales e Mato Nanji (Indigenous) e o baterista Chris Layton (Steve Ray Vaughan, Double Trouble) o único a participar de todas as músicas durante o show. O line-up citado abriu o show com Stone Free, Billy Cox apresentou o timbre vocal mais semelhante à Hendrix em relação aos outros convidados da noite e Eric Gales interagiu com o a plateia durante o tempo inteiro, apesar do público não ter correspondido com a mesma empolgação.
Para a segunda música, Freedom, Mato Nanji deu lugar à Dweezil Zappa, filho do lendário Frank Zappa. Dweezil fez jûs ao sobrenome que carrega e mostrou-se bastante eclético ao longo de seu solo, além de conseguir utilizar os mais variados efeitos para guitarra de maneira bastante conveniente e consciente, resultando em timbres muito bem texturizados. Para a canção seguinte, Manic Depression, Eric Gales assumiu os vocais e Billy Cox deu lugar à Tony Franklin (David Gilmour, Jimmy Page, Whitesnake, Kate Bush, Paul Rodgers, etc). Eric Gales também comandou uma versão explosiva de Foxy Lady, o único momento em todo o show em que alguns fãs se empolgaram a ponto de levantarem de seus assentos.
A segunda parte do show foi comandada pelo virtuose Eric Johnson, abrindo com Are You Experienced? do primeiro álbum do The Jimi Hendrix Experience. Johnson também assumiu os vocais durante sua performance e não fez a mínima questão de esconder seu lado fusion durante seu solo, o que tornava todos bastante interessantes. Porém o ponto alto do repertório de Eric Johnson foi quando o músico convidou novamente Dweezil Zappa para o palco. A dupla executou uma sequência com Little Miss Lover e Love Or Confusion com direito a duelo de solos e tudo.
O set seguinte foi liderado por Robert Randolph e o The Slide Brothers, com versões bastante originais de músicas executadas apenas com steel guitars. Como se não bastasse, o lendário Bootsy Collins, com seu figurino nada discreto, ainda se juntou aos músicos para uma versão bombástica de Purple Haze. O único fato que há de se contestar é em relação a quantidade de instrumentos que eram tocados simultaneamente em alguns momentos do show; houve instante em que eram tocados ao mesmo tempo duas guitarras e três steel guitars, fora baixo, bateria e vocal, tornando impossível que qualquer detalhe pudesse ser assimilado com clareza em tamanho pandemônium sonoro.
Também participaram do show David Hidalgo e Cesar Rosas do Los Lobos. Dois dos clássicos mais esperados da noite ficaram por conta da dupla: Little Wing e Hey Joe.
Dois dos músicos que o público mais ansiava ver subiram ao palco juntos no momento seguinte: o aclamado Jonny Lang e o guitarrista do Aerosmith, Brad Whitford. Com Lang no violão e vocais, a dupla mandou logo de cara All Along The Watchtower, seguida de clássicos como Fire e The Wind Cries Mary (estes com Lang na guitarra elétrica).
O último músico a se apresentar foi o guitarrista Kenny Wayne Sheperd, que executou a sequência de Voodoo Chile e Voodoo Child (Slight Return). Sheperd foi de longe o músico mais empolgado, se movimentando de uma ponta à outra no palco e, em certo momento, tocando com a guitarra sobre seus ombros, da mesma maneira que Jimi Hendrix costumava fazer. Seus solos durante Voodoo Child foram os mais longos da apresentação, chegando ao ponto de pessoas se cansarem e começarem a se levantar para ir ao banheiro e comprar cerveja. O músico ainda teve companhia de Tony Franklin e do vocalista Noah Hunt, ou seja, a formação atual da Kenny Wayne Sheperd Band sem o tecladista Riley Osbourn.
Por fim, Billy Cox retornou ao palco ao lado de Mato Nanji e Brad Whitford para encerrar o show com Red House. Foram ao todo três horas de show.
Um ponto que vale comentar é em relação a frieza do público norte-americano durante o show, apesar do mesmo não ser conhecido por tal característica. Não, ninguém esperava ver o público se comportando como se estivesse em um show de heavy metal. Refiro-me às reações pouco empolgadas durante as músicas, poucos vibravam ou se levantavam para aplaudir os artistas. Com a exceção de uma loira gostosa que dançava em frente ao palco, os fãs da primeiras fileiras apenas se levantavam de suas cadeiras para conseguirem tirar fotos com seus celulares em uma distância mais próxima dos músicos. A plateia também não cantava as letras das músicas, nem mesmo quando algum vocalista ia para o meio do público e mandava todos se levantarem e cantarem era possível ouvir uma voz sequer, cenário bastante diferente se compararmos com o Brasil. Se isso é um ponto positivo ou negativo você decide, mas foi bom, pelo menos uma vez, poder ouvir o show sem ter um fã desafinado cantando ao seu lado. Também deve-se levar em conta que o fato do público assistir ao show sentado torna a atmosfera mais introspectiva, mas é de se estranhar energia tão insossa em um show de rock. Aplaudir o artista devidamente e mostrar que está gostando do show não faz mal a ninguém.
O balanço final foi uma noite única. Afinal, os músicos que participaram não se limitaram a tocar as músicas de Jimi Hendrix da mesma forma que ouvimos nos álbuns, muito pelo contrário, todos tiveram total liberdade para fazerem o que bem entendessem e ninguém hesitou na hora de fundir seus próprios estilos às canções, tornando o show muito mais interessante. Vendo tantos artistas de renome prestarem seu tributo à Hendrix já nos dá uma breve ideia da influência que o guitarrista desempenhou sobre as gerações que viriam. Experience Hendrix proporciona encontros únicos de músicos do mais alto calibre, tudo isso ao som de uma das maiores lendas que a música já viu. Uma experiência memorável tanto para os fãs quanto para os artistas que participam do tributo.
Músicos que participaram:
Billy Cox (The Jimi Hendrix Experience, Band of Gypsys)Brad Whitford (Aerosmith)
Eric Johnson
Kenny Wayne Shepherd
Jonny Lang
Eric Gales
Robert Randolph
Dweezil Zappa
Bootsy Collins
David Hidalgo (Los Lobos)
Cesar Rosas (Los Lobos)
Chuck Campbell (The Slide Brothers)
Tony Franklin (Whitesnake, David Gilmour, Jimmy Page, Kate Bush, Paul Rodgers, The Firm, Roy Harper)
Chris Layton (Stevie Ray Vaughan, Double Trouble)
Mato Nanji (Indigenous)
Noah Hunt (Kenny Wayne Sheperd Band)
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