Por Gabriel Albuquerque
A década de 1960 marcou uma importante transição no rock. As letras que abordavam assuntos da juventude como garotas e carros tornaram-se porta voz de temas políticos e sociais, além de tocar em assuntos mais introspectivos.
Antes de gravar Like A Rolling Stone, Bob Dylan já era conhecido por suas letras com engajamento político, tais como Blowin´ In The Wind, The Times They Are A-Chagin´ , Hard Rain’s A-Gonna Fall e Mr. Tambourine Man, mas sempre acompanhado pelo seu violão e gaita. Tudo mudou em 1965, com o disco Bringing All Back Home, que introduziu a guitarra elétrica no folk.
Foi a justamente a guitarra que irritou os puristas e radicais do estilo na época, que durante o lendário show no festival de folk de Newport, chamavam Dylan de ''Judas''. Eles aceitavam as letras de protesto, mas não a nova sonoridade.
O disco seguinte, Highway 61 Revisited, lançado no mesmo ano, aumentou ainda mais a fúria dos conservadores, em especial pela faixa de abertura, Like A Rolling Stone, que contava a história de um socialite que perdeu tudo e caiu na miséria. A música era comandada pelo órgão gospel apocalíptico de Al Kooper, a guitarra afiada de Mike Bloomfield, e acima de tudo, a voz raivosa de Bob Dylan, que parecia confrontar seus críticos em versos como How Does It Fell?. Uma espécie de chamado pra guerra.
A influência dessa canção de Dylan é tão grande que teve um livro escrito pelo crítico musical Greil Marcus, chamado Like A Rolling Stone - Bob Dylan Na Encruzilhada. O livro fala de sua influência na música pop conteporânea, com o intuito de provar que, sozinha, essa canção mudou toda a cultura pop ao redor do mundo.
Uma das maiores influências em publicação musical, a Rolling Stone, reuniu, em 2004, críticos, músicos e produtores para fazer uma lista com as maiores músicas de todos os tempos, e Like A Rolling Stone ficou em primeiro lugar. Em 2009 a lista foi re-feita, e lá estava o clássico de Bob Dylan, mais um vez em primeiro lugar. Outro ranking semelhante feito pela Uncut em 2002 e um pela Mojo em 2005 também traziam a mesma música na mesma primeira posição.
Outros músicos de sucesso relembram o impacto que a música teve em suas vidas: Paul McCartney contou qua ia até a casa de John Lennon para ouvir a música, e comentou: ''Parecia ir e ir para sempre. Era simplesmente lindo... Ele mostrou que provou pra todos nós que sempre era possível ir além''.
Frank Zappa foi mais longe: ''Quando eu ouvi Like a Rolling Stone, eu quis desistir da música, porque eu pensei: 'Se isso ganha e faz o que eu deveria fazer, eu não preciso fazer mais nada''.
Mas nenhum relato foi tão apaixonado quanto o de Bruce Springsteen durante o discurso de introdução Bob Dylan ao Rock And Roll Hall Of Fame: ''Quando eu ouvi Bob Dylan pela primeira vez, eu estava no carro com a minha mãe, aí veio aquela pancada seca na bateria que soava como se alguém tivesse aberto a porta de sua mente... Do mesmo jeito que Elvis liberava o seu corpo, Dylan liberava a sua mente, e nos mostrou que só porque a música é era física, ela não precisava ser anti-intelectual. Ele tinha a visão e o talento para fazer a música pop conter o mundo inteiro. Ele inventou uma nova maneira que um cantor poderia soar, quebrou as barreiras das gravações e mudou o rock n´ roll para todo o sempre''.
Like A Rolling Stone abriu as portas para toda a revolução sonora da décade de 1960. Seus seis desafiadores minutos acenderam as mentes dos Beatles, Jimi Hendrix e dos Beach Boys. Não é só o carro-chefe de Highway 61 Revisited - que não por acaso o melhor disco de Dylan -, ou a sua melhor composição, com ele mesmo disse; é a maior música de todos os tempos.
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1 comentários:
Aprecio, mas não tanto. Acho o som de Bob Dylan muito entediante, e só conheço esta música por causa da versão do Rolling Stones, e mesmo assim não acho que seja uma música muito boa.
Mas concordo com o poder da letra, e gosto da mensagem que ela passa.
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