sábado, 17 de setembro de 2011

Review: Leprous - Bilateral

Por Rodrigo Luiz

Uma das poucas bandas progressivas que realmente faz música progressiva ultimamente, os noruegueses do Leprous trazem em seu terceiro disco uma verdadeira redeterminação do gênero, sem medo de arriscar. Apesar de seu som ser caldado no metal, não há outro termo para defini-lo melhor que não seja música progressiva, pois não são nada convencionais e dificilmente param num mesmo lugar por muito tempo, musicalmente falando, cruzando entre o rock e o metal e até outros gêneros de forma única.

A voz limpa e tranquila de Einer Solberg ainda pode ser vista na bela "Mb. Indifferentia" e nas partes sussurradas de "Mediocrity Wins", mas neste disco ele impõe sua voz com mais força e explora mais as notas altas na maioria das canções. Isso é visto logo na faixa-título, que também abre o álbum, que tem um refrão bem vibrante e uma certa obscuridade. O que não muda é sua dedicação ao cantar as músicas. A melancolia encontrada em "Forced Entry" e "Painful Detour" são enaltecidas graças ao trabalho de Solberg, principalmente a segunda.

Além de melancólica, "Forced Entry" tem um lado bastante sinfônico e chega a ser um hard rock em alguns momentos, assim como "Restless" e "Cryptogenic Desires", mas essas duas com componentes metálicos mais evidentes. Em contraponto, "Waste Of Air" é complexa e agressiva, assim como "Thorn", que conta com a participação do multiinstrumentista Ihsahn, do Emperor, dividindo os vocais com Solberg. A faixa é a que mais representa a diversidade da banda, pois possui várias mudanças de andamentos, flerta com o funk e em alguns momentos soa até pop. E ainda tem um solo de trompete no meio dessa variedade toda. Se é feito por um de verdade ou por um sintetizador não importa, é simplesmente genial.

Do baixo grooveado de "Mediocrity Wins" ao trompete enigmático de "Thorn", da bateria com ritmo regressivo de "Acquired Taste" às guitarras de "Forced Entry", tudo no álbum é executado com primor, o que engrandece ainda mais o trabalho e não o faz soar pretensioso. Bilateral tem personalidade própria, e mostra uma banda que não tem medo entrar por caminhos desconhecidos, e que a princípio podem parecer estranhos, mas os noruegueses desfazem qualquer dúvida logo nos primeiros minutos de audição, com uma incrível capacidade de se adptar e absorver inúmeros elementos musicais, esbanjando habilidade técnica. Indispensável a qualquer fã de prog que se preze.


Nota 9,5

Tracklist:
01. Bilateral
02. Forced Entry
03. Restless
04. Thorn
05. Mb. Indifferentia
06. Waste Of Air
07. Mediocrity Wins
08. Cryptogenic Desires
09. Acquired Taste
10. Painful Detour

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