sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Review: Saltatio Mortis - Sturm Aufs Paradies

Por Rodrigo Luiz

Dois anos depois do último disco, o mediano Wer Wind sæt, e de lançarem o DVD 10 Jahre Wild Und Frei esse ano, comemorando seus dez anos de carreira, o Saltatio Mortis volta agora com Sturm Aufs Paradies. Os alemães vêm crescendo nos últimos anos, principalmente depois do álbum Des Königs Henker, de 2005, quando a banda se aprofundou mais no folk metal e largou de vez a mistura com a música eletrônica e batidas sintéticas. Desde então, a banda faz o chamado Mittlelater-Metal, ou Metal Medieval, e se tornou uma das grandes do estilo, ao lado de nomes como In Extremo, Subway To Sally e Schandmaul.

O som da banda se caracteriza pela simplicidade. Os elementos folclóricos são muitos, mas os mais notórios são a gaita de fole e o bouzouki irlandês, e apenas eles já são o suciente para tornar o som diferente, pois esses elementos na maioria das vezes são os responsáveis pela melodia, deixando a guitarra apenas como uma base para o som. Apesar de as músicas serem em alemão, a banda faz um som até acessível em relação ao folk metal em geral, pois a maioria das músicas são diretas  e têm até um cathiness em seus refrães.

Neste disco não é diferente, e além das características já citadas ele possui mais variações e um pouco mais da presença das guitarras, e traz composições interpretadas com muita entrega pelo vocalista Alea der Bescheidene, que não tem uma voz bonita, mas consegue passar emoção em cada canção, seja ela triste e melancólica, como em "Opheus" e "Gott Würfelt Nicht", ou agressiva, como na faixa "Habgier Und Tod" e em "Hochzeitstanz" (confira o clipe abaixo), que apesar do nome em português significar "Dança de Casamento", está longe de ser romântica.

Apesar de as melodias serem mais executadas pelos instrumentos folclóricos, as guitarras aperecem bem em "Nach Jahr und Tag", "Sündenfall" e na faixa bônus "Wer nicht kämpft ", com riffs mais dirtorcidos. Esses riffs são também encontrados em "Orpheus", que além deles conta com um bonito trabalho no teclado e a bela participação de um vocal feminino, além de ter um refrão irritantemente cativante e difícil de cantar. Aliás, refrães cativantes e difíceis de cantar também são encontrados em "Spiel Mit Dem Feuer", "Fiat Lux", "Eulenspiege"... enfim, em absolutamente todo o disco.

Os temas medievais foram um pouco perdidos, mas isso não chega a ser um ponto negativo. Talvez a língua seja um problema para uns, pois outras bandas como o Moonsorrow também cantam na sua língua natal, mas o lado folclórico do som é bem mais intenso. Ainda assim a banda faz a mistura dos elementos com muita competência. Não há muita variação, mas todas as faixas funcionam bem e entregam ótimas melodias. No geral, é um disco divertido de se ouvir, e ótimo dentro daquilo que a banda se propõe a fazer.

Na versão limitada do álbum ainda tem um CD Bônus, no qual sete canções do disco ganham
uma versão para piano. As versões são muito boas, vale a pena dar uma conferida.


Nota 7,5

Tracklist:
01. Habgier und Tod
02. Hochzeitstanz
03. Ode an die Feindschaft
04. Eulenspiegel
05. Sundenfall
06. Nachtigall und Rose
07. Gott wuerfelt nicht
08. Nach Jahr und Tag
09. Orpheues
10. Spiel mit dem Feuer
11. Fiat Lux
12. Der letzte Spielmann
13. Wieder unterwegs
14. Wer nicht kaempft (Bonus Track)

0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More