quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Karina Buhr (Teatro da UFPE, Recife, 27/01/12)

Karina Buhr celebra auge com show vibrante em Recife
Por Gabriel Albuquerque
Fotos de Tiago Calazans via Coquetel Molotov

O público das mais diversas idades que encheu o Teatro da UFPE na última sexta-feira, 27 de janeiro, é a prova do bom momento que vive Karina Buhr. A cantora bahiana radicada em Pernambuco está no auge de sua carreira, sendo bastante requisitada e reconhecida em sua devida fatia do mercado fonográfico, além de uma dos principais nomes entre as novas cantoras pop e as novas caras da MPB.

Em sua performance em sua cidade natal (''nasci na Bahia, mas vivi em Recife e me sinto pernambucana'', contou ao Jornal do Commercio) a cantora exibiu toda a energia e vibração que tornaram famosas suas apresentações, como no festival Abril Pro Rock do ano passado, também na capital pernambucana.

Com patrocínio do projeto Natural Musical, Karina está fazendo a turnê de divulgação de seu bom segundo trabalho solo, Longe de Onde (2011). E trouxe para o palco não só todas as onze faixas do disco, mas também a super banda que a acompanhou no estúdio, formada pelos melhores instrumentistas do pais atualmente: Catatau e Edgard Scandurra nas guitarras; o trompetista Guizado; Mau no baixo; Bruno Buarque na bateria e André Lima nos teclados.

Mas não se engane: mesmo com a banda de estrelas destacando-se em determinados momentos, a estrela principal aqui ainda é Karina Buhr, que mostrou uma presença de palco cativante e corrigiu alguns erros de afinação que presentes em seus discos.

A apresentação teve início tímido com ''Sem Fazer Ideia'', seguida de ''Cadáver''. Só na terceira música, ''Vira Pó'' (de seu debut solo, o elogiado Eu Menti Pra Você (2010), que a projetou no mercado), foi que Karina se soltou. E por consequência o público também animou-se, pulou de suas cadeiras e correu para conseguir o lugar mais próximo possível do palco.

Daí em diante, Karina conquistou a platéia com performances malucas e doidonas, que incluiam se jogar no chão, engatinhar pela a banda, rebolar, sentar nas caixas de som, correr, esganiçar no microfone o que mais lhe desse na telha. Nem sempre esses eram espontâneos. Por vezes Karina deixava escapar uma expressão facial de tédio que denunciava que já havia ensaiado e repetido esses gestos várias vezes anteriormente. Mesmo assim, entreteu a platéia, que abrangia de pós adolescentes à senhores grisalhos e lotava o teatro.

Os melhores momentos ficaram para as canções mais pesadas. Os rocks ''Guitarristas de Copacabana'', ''Cara Palavra'' (que abriu o bis), ''Avião Aeroporto'', ''Nassíria e Najaf'' e ''Copo de Veneno'' foram turbinados por uma interpretação mais crua e desmedida, quase punk, por parte de Buhr. E temperadas com solos bem pontuados somados à curtos, mas precisos, improvisos pela banda.

Em ''Amor Brando'', todos os instrumentistas saíram do palco, restando apenas a cantora e o guitarrista Scandurra (ex-Ira!), que fizeram uma boa interação, dando uma abordagem e dinâmica interessantes para uma faixa razoavelmente boa. No bis foram apresentadas ''Cara Palavra'', entoada por alguns fãs do início ao fim; o funk ''Cirando do Incentivo'', onde Karina arrancou assobios com alguns rebolados, ainda que um pouco descordenados; e terminou com a bobinha ''Plástico Bolha'', onde Karina cedeu o microfone para o público repetir exaustivamente o ingênuo refrão ''Eu quero passar a tarde estourando / Plástico bolha'' - um momento que poderia ter sido evitado: uma de suas composições mais fracas foi justamente aquela que foi dada ao público.

Na saída alguns comentaram a ausência do hit ''Eu Menti Pra Você'', sua canção mais famosa. De fato ela fez falta, mas não tirou o brilho da noite. Karina fez um show enérgico, vibrante e animado e suas músicas funcionam bem melhor ao vivo do que em seu disco. Enfim, a celebração de um bom momento de uma artista que só tende a crescer.

Leia também:
Review: Karina Buhr - Longe de Onde

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