Por Gabriel Albuquerque
O VMA não é tão grandioso quanto o Grammy. E nem tem prentende. Sua intenção é, como está explicíto no título, premiar os melhores vídeo clipes em determinadas categorias. Contudo, um Astronauta de Prata na carreira dá uma maior visibilidade ao artista, e um show no palco da premiação pode alavancar o músico e torná-lo conhecido ao redor do mundo. Quem não se lembra do Pearl Jam e Neil Young tocando ''Rockin´ In The Free World'' em 1993? Ou quando Eminem cercou-se de sócias para cantar ''The Real Slim Shady'' e ''The Way That I´m'' em 2000? E como esquecer de Madonna, Christina Aguilera e Britney Spears se beijando ao som de ''Like A Virgin'' em 2003?
Gaga como Joe Calderone, seu alterego masculino |
Desde o início da premiação, começaram a circular rumores de que Beyoncé estaria grávida. Até que, depois de uma excelente performance em ''Love on Top'', a musa do pop abriu o jogo e confirmou os boatos. Sim, está grávida de seu marido o rapper Jay-Z, que também se apresentou ao lado de Kanye West, com ''Otis'', mas sem o mesmo brilhantismo e empolgação de sua esposa.
Houve também os já tradicionais tributos. O primeiro homenageava Britney Spears com dançarinas com roupas de seus principais clipes, representando todas as fases de suas carreiras. Todos os efeitos de luz, a produção e a coreografia estavam em boa forma. Só deviam ter escolhido um homenageado de maior conteúdo artístico.
Mars elevou os tributos |
Mas nenhum show superou o de Adele.Acompanhada apenas de um piano, a inglesa de apenas 23 anos apresentou a sentida ''Someone Like You'' de modo intimísta e com uma interpretação do fundo da alma. Todo o público assistiu de pé e ficou em silêncio completo, só aplaudindo quando Adele parava de cantar e apenas ouvia-se o som lamentoso do piano. A cantora que lançou o aclamado 21 e concorria a três categorias, injustamente não levou nenhum prêmio pra casa. A causa está na votação, que é aberta ao público. Apesar de ter quebrado recordes dos Beatles na Inglaterra, a cantora não faz o tipo de música pop imediata, a mais consumida pelo mercado americano.
Quanto a premiação propriamente dita, tudo começou bem, com o Foo Fighters levando o caneco na categoria Rock. Era a calmaria antes da tempestade de insanidade: Nicki Minaj ganhou na categoria Hip Hop, Lady Gaga Melhor Clipe Feminino e Justin Bieber Melhor Vídeo Masculino. E teve mais:
''Firework'' de Katy Perry foi considerado melhor vídeo do ano, desbancando ''Rolling In The Deep'' de Adele, ''Get Some Noise'' dos Beastie Boys e ''Yonkers'' de Tyler, The Creator.
Nos prêmios técnicos houve maior coerência. Beastie Boys ganhou como Melhor Roteiro, Beyoncé como Coreografia, Adele levou a Melhor Direção de Arte e Fotografia e Katy Perry e Kanye West em ''E.T.'' ganharam os melhores efeitos especiais.
Isso é mais uma prova de que o grande público engole tudo que vê sem pensar duas vezes. Mesmo com a internet que oferece informação a todo instante, com toneladas de bandas interessantes e diferentes, muitos ainda se contentam com o pouco, aquilo que é transmitido na TV sem o menor controle de qualidade.
A versão brasileira, o VMB, nesse ano volta a ter um júri especialista e poucas categorias abertas a votação. Assim a premiação fará sentido, e o vencedor será aquele que merece. Enquanto isso, ainda teremos esses shows de horrores com Britney Spears levantando troféus e sendo homenageada.
1 comentários:
Também penso isso. A mídia faz o que quer dos artistas, e a sociedade apenas vai atrás, sem ter opinião própria. Muitos artistas medíocres estão sendo adorados, enquanto poucos dos artistas realmente bons estão sendo reconhecidos. Triste, muito triste. Lamentável.
Postar um comentário