quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Classic tracks: ''Brasileirinho''



Por Gabriel Albuquerque

Um dos gêneros musicais mais antigos da música popular brasileira, o choro hoje tem como algumas de suas principais características o destaque instrumental do cavaquinho, que realiza vários ornamentos em meio à melodia. Mas nem sempre foi assim. Desde seu surgimento, em meados dos anos 1930, até o final da década de 1940, o cavaco era mero coadjuvante, que servia apenas de acompanhamento. Todo esse conceito veio abaixo quando Waldir Azevedo, um jovem carioca, virtuose do cavaquinho, lançou o tema ''Brasileirinho'', que ampliou as possibilidades do instrumento e o eternizou na cultura popular.

Filho de família pobre, Waldir interessou-se por música ainda na infância e costuma fazer algumas apresentações em público (a primeira, aos dez anos de idade), ora tocando flauta transversal, ora tocando cavaquinho, instrumento que só veio a dominar na adolescência. Começou a entrar na música profissionalmente aos 22 anos, após ter recebido um convite de um amigo para integrar a banda do programa Rádio Clube do Brasil, onde permaneceu por dois anos e acabou assumindo a liderança do conjunto. Em 1947, com 25 anos, Waldir estreou em disco. E logo de cara, mandou sua obra prima.

Com uma performance enérgica e visceral, em ''Brasileirinho, Waldir transforma o simples cavaquinho numa metralhadora poderosa, dedilhando acordes virtusos, poderosos e precisos. Tudo em torno de uma letra alegre e que conduz até mesmo o mais tímido do ouvinte para a dança. Mais do que tudo, ''Brasileirinho'' retrata com perfeição o espírito alegre e otimista que tornou-se ícone brasileiro.
A canção também ganhou fama na voz de Carmen Miranda, uma famosa releitura elétrica e ainda mais rápida do guitarrista Pepeu Gomes e uma interpretação calorosa do violocenlista clássico Yo Yo Ma, mas nenhuma conseguiu bater a original.

Sessenta e cinco anos depois de sua criação, ''Brasileirinho'' ainda é potente e continua a espalhar o Brasil e sua cultura para o mundo. Não é a toa que seus últimos versos são ''Nunca mais esquecerei o tal chorinho / Brasileirinho!''

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