quarta-feira, 1 de junho de 2011

Review: Amorphis - The Beginning Of Times

Por Rodrigo Luiz

Consolidada nos últimos anos como uma das bandas mais relevantes do metal depois de três álbuns impecáveis, Eclipse (2006), Silent Waters (2007) e Skyforger (2009), o Amorphis volta agora com The Beginning Of Times. Não coindidentemente, o Amorphis deu uma guinada depois de Eclipse, justamente o álbum de estreia de Tomi Joutsen nos vocais. O fato é que Joutsen deu uma bela rejuvenescida no som da banda, que já vinha mudando desde Elegy (1996), com sua voz repleta de emoção e personalidade e foi importante para a construção da sonoridade única do Amorphis. O novo álbum segue a linha dos anteriores, com melodias cativantes e envolventes, belas passagens calmas de teclado, e alguns resquícios de música extrema.


Também como os anteriores, as letras The Beginning Of Times foram inspiradas no Kalevala - um poema épico finlandês - e seus personagens, especificamente em Väinämöinen, descrito pela banda como "um icônico herói da mitologia finlandesa".

Em The Beginning Of Times as músicas estão um pouco mais rápidas, e também mais melancólicas e progressivas, mas os refrãos de fácil audição ainda estão presentes e dão mais feeling às canções, principalmente pela performance Tomi Joutsen, orientado por Marco Hietala (Tarot, Nightwish). Entre os destaques estão Battle For The Light, a faixa que abre o álbum, com uma introdução típica do Amorphis: o teclado sozinho numa melodia triste, que logo é acompanhada pelas guitarras e a bateria. É o que acontece também com Mermaid, a segunda faixa, porém nela o teclado é acompanhado de vocais femininos. A música tem guitarras mais presentes e um bom riff, e também um bom solo de teclado. You I Need foi lançada como single, tem um solo muito bom de guitarra, que é impulsionado por um tímido vocal feminino no fim de uma bela passagem de teclado.

Song Of The Sage é a mais variada do disco, começa com um riff de guitarra bem power metal e um andamento rápido, mas possui passagens com ritmos com origem folk metal e até a presença de flautas. Three Words é uma bela música, com passagens bem calmas valorizando a voz de Joutsen. Vale destacar também faixa bônus Heart's Song, com flautas e hammonds tímidos ao fundo e um belo trabalho na guitarra. As demais faixas seguem a mesma fórmula , mas as diferentes transposições entre os instrumentos não deixam as canções soarem repetitivas e dão uma forte sensação de individualidade à cada uma, transformando cada faixa em um elo importante.

Os guturais estão mais presentes do que no último álbum da banda, mas são usados de maneira muito coerente, e ao contrário do que acontece muito em bandas que misturam o melódico com o brutal, os guturais não são usados apenas como contraste com a voz limpa, pois a transição entre os dois está bem suave, com exceção de Soothsayer, onde os vocais guturais e limpos são executados até ao mesmo tempo e tem até a participação de um vocal feminino.

The Beiginning Of Times continua com a mesma sonoridade dos álbum anteriores, e, se erra por falta de variedade, acerta, e muito, na qualidade das canções. Um ponto interessante é que existem riffs e passagens mais sutis que são quase imperceptíveis na primeira audição, e talvez até na segunda. Isso gera uma sensação de descoberta constante e só contribui para a grandiosidade do trabalho. Eis mais um disco consistente na carreira do Amorphis, mostrando que a banda ainda não perdeu criatividade e a deixando ainda como uma das mais relevantes do metal moderno.



 Nota 9,5:




Tracklist:

01. Battle For Light
02. Mermaid
03. My Enemy
04. You I Need
05. Song Of The Sage
06. Three Words
07. Reformation
08. Soothsayer
09. On A Stranded Shore
10. Escape
11. Crack In A Stone
12. Beginning Of Time
13. Heart’s Song (digipack bonus)

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