Por Rodrigo Luiz
E enfim a saga terminou. Depois do controverso The Frozen Tears Of Angels, o Rhapsody Of Fire lança From Chaos To Eternity, encerrando a "Emerald Sword Saga", ou as "Crônicas de Algalord", história que vem sendo contada nos álbuns da banda desde a estreia em 1997, com Legendary Tales. E a saga termina com toda a pompa que só cabe aos italianos.
O som característico da banda sempre foi o mesmo, sem tantas mudanças na estrutura, e não é neste álbum que veremos alguma. Um som grandioso, épico, "Hollywoodiano", como a própria banda gosta de dizer é o que se encontra aqui, além de alguns elementos barrocos. E neste álbum a banda conta ainda com o virtuoso Tom Hess, famoso por seus cursos online de guitarra. A entrada do guitarrista só aumentou o poder do grupo, e From Chaos To Eternity apresenta um dos melhores trabalhos instrumentais da banda. O trabalho nos teclados está mais moderno, e conta até com timbres eletrônicos. As orquestrações estão mais simplificadas, mas ainda dão aquela atmosfera épica quando aliadas a corais líricos, e cumprem o seu papel perfeitamente. A produção está impecável, como sempre.
Como de costume, o disco abre com uma narrativa, Ad Infinitum, e Christopher Lee mais uma vez empresta sua voz. A narração é seguida de um coro e já emendada com a faixa-título, rápida e com um poderoso refrão, com coros fortes elevando a atmosfera épica. Em seguida temos Tempesta Di Fuoco, o primeiro speed metal da banda cantada em italiano, possui um bom solo de teclado, com um timbre mais moderno, o que não é muito usual nas canções da banda.
Ghost Of Forgotten Worlds é a próxima faixa, com guitarras ativas e virtuosas, e com uma grande atuação de Fabio Lione. Anima Perduta é uma canção típica dos álbuns da banda, com uma atmosfera bastante lírica e cantada em italiano. Aeons Of Raging Darkness é rápida e tem orquestrações carregadas, e conta até com alguns vocais rasgados de Fabio Lione. I Belong To The Stars é outra com toques mais modernos, possui coros incríveis e diferentes camadas de vozes.
As melhores faixas são as duas últimas. Tornado explora ao máximo as características da banda, tem guitarras limpas e rápidas, boas orquestrações coros inspiradores. Heroes Of The Waterfalls' Kingdom é a faixa que resume toda a história da saga, ao longo de seus vinte minutos. Tem diversas narrações e diálogos, começa como uma folclórica música italiana, depois tem uma passagem mais densa, com orquestrações carregadas e até a presença de guturais, seguida de solos de guitarra em meio ao caos, que dão lugar a um speed metal com coros potentes e refrãos empolgantes, encerrando o álbum com maestria.
From Chaos To Eternity não é o melhor da banda, mas encerra a saga contruída de forma digna. Uma característica da banda é que, apesar de a estrutura seguir a mesma e sem tantas mudanças, as canções dos discos são bem distinguidas, tanto nas letras quanto nas sinfonias, isso faz os discos soarem individuais e faz a banda conseguir renovar a história a cada álbum lançado. Que o fim dessa saga não acabe com a criatividade do grupo, e que venham outras sagas por aí.
Nota 8,5
Tracklist:
2. From Chaos to Eternity
3. Tempesta Di Fuoco
4. Ghosts of Forgotten Worlds
5. Anima Perduta
6. Aeons of Raging Darkness
7. I Belong to the Stars
8. Tornado
9. Heroes of the Waterfalls' Kingdom
1 comentários:
Tanto individualmente quanto em grupo, eles são com certeza uma das melhores bandas do mundo, gostei mais desse álbum do que o antecessor. Por favor, não chame de hollywood metal como combinamos ok, kkk. As intros deles realmente lembram trilhas de trailers, como dos caras do Two Steps From Hell. valeu
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