Por Gabriel Albuquerque
2011 foi um bom ano para a música. Tivemos o despertar de grandes artistas, nas mais diversas áreas, como James Blake, Machine Head, Criolo, Adele. Além do retorno dos gigantes, como Robbie Robertson, Tom Waits, Jay-Z & Kanye West. Mas, como sempre, também tivemos uma parcela bem negativa de discos pavorosos ou decepcionantes. É bom relembrar os melhores, mas também não podemos esquecer daqueles que fizeram nossos ouvidos doer. Aqui estão eles, os piores discos de 2011. A lista segue ordem do ''menos ruim'' para o pior do ano.
Formado Mick Jagger, Joss Stone, Damian Marley (um dos milhares de filhos de Bob) o trilheiro indiano A.R. Rahman e o competente produtor e ex-Eurytmics Dave Stewart, O SuperHeavy foi o supergrupo mais falado de 2011. A ideia de reunir músicos de diferentes etnias para um disco cosmopolita, com reggae, hip hop e toques indianos é até interessante. Mas seu homônimo disco de estréia é absurdamente insosso; água com açúcar sem nenhuma personalidade.
Pushking - The World As We Love It
A praticamente desconhecida banda russa Pushking reuniu para o seu novo disco as maiores autoridades da música pesada. Udo, Glenn Hughes, Paul Stanley, Jorn Lande, Billy Gibbons, Graham Bonett são alguns dos convidados. Cast de animar qualquer rocker. Mas o resultado não é bem assim. The World As We Love It é um disco repetitivo, sem feeling e cheio de fórmulas e clichês. Decepcionante.
Marisa Monte - O Que Você Quer Saber de Verdade?
Assim como os demais grandes artistas da MPB, tudo que Marisa Monte lança já é automaticamente tido como elegante, sofisticado e de bom gosto. É inegável que ela é dona de uma das mais belas vozes desse país, mas também é inegável que O Que Você Quer Saber de Verdade é um disco ruim de doer. Além da musicalidade genérica, as letras são de uma cafonice imensurável, tudo disfarçado por uma produção bonitinha, pra dar um tom pseudo-romântico à verdadeiras atrocidades bregas. Nem músicos talentosos da Nação Zumbi e o tecladista Bernie Worrell (Funkadelic) conseguem salvar o álbum.
Lil Wayne - Tha Carter IV
Lil Wayne, forte candidato à pior vocal do rap mundial, foi um estouro nas vendas, mas é uma das coisas mais toscas que o hip hop produziu nesses últimos anos. Seu nono álbum, Tha Carter IV, segue linha daquele rap sobre bundas, dinheiro e fama. As batidas, extremamente cansativas e repetidas, se tornam um teste de paciência (tente ouvir ''6 Foot 7 Foot'') que não empolgam em momento algum. Em 2010, Wayne foi libertado da prisão depois de 8 meses de detenção. Depois de ouvir balada mela-calcinha ''How To Love'', é de se concordar que ele deveria voltar para lá. E dessa vez, perpétua.
She & Him - A Very She & Him Christmas
Por si só o duo She & Him já são de uma chatice imensurável. Não era surpresa que um disco com canções natalinas seria fraco. A bela Zooey Deschanel (que também é atriz) canta razoavelmente bem e o seu companheiro, M Ward, tem algum talento, mas assim como nos demais discos, se perdem num oceano de açúcar e canções que não pretendem ser nada mais do que 'fofinhas'. Mais inofensivo do que uma criança de cinco anos com uma faca de plástico.
Caetano Veloso e Maria Gadu - Multishow ao Vivo
São poucas as coisas mais deprimentes e vergonhosas do que discos acústicos. Esse, também lançado em DVD, é mais um daqueles álbuns easy-listening para ouvidos preguiçosos e pseudo-intelectuais. Boas canções de Caetano, como ''Podres Poderes'' e ''Odeio'' são interpretadas sem um pingo de emoção; e músicas como ''Shimbalaiê'' e ''Bela Flor'', de Gadu, soam ainda mais ridículas. Isso sem falar nos overdubs, que deixam o álbum completamente engessado.
Bon Iver - Bon Iver
A mídia hipster/alternativa/indie está aclamando o segundo álbum do grupo americano Bon Iver como ''sutil, delicado, sublime e belo''. Os vídeos lançados na edição deluxe do álbum atém se enquadram nas definições, mas o disco é incrivelmente tedioso. Vocais que mais parecem choro; letras pueris, muitas vezes ingênuas e instrumental assustadoramente monótono. Não acredite no hype, Bon Iver é tão emocionante quanto o programa de leilão de jóias.
The Strokes - Angles
Depois do racha interno, o Strokes, um dos grupos mais incessados dos últimos tempos, reaparece com Angles, o pior disco de sua carreira. Há alguns bons momentos, como os solos de ''Machu Pichu'' e os toques dançantes de ''Under The Cover Of Darkness'' e ''Taken For a Fool'', mas a massaroca vocal desafinada e irritante de Julian Casablancas torna a audição do disco uma tarefa insuportável. Se você ainda vai ouvir Angles, segue um conselho: reserve sua Neosaldina.
David Guetta - Nothing But The Beat
Depois das milhares de cópias vendidas com One Love (2009), o produtor frânces, um dos maiores picaretas da música atual, volta ao seu à sua dance music pasteurizada, mais diluída do que uma pitada de sal em piscina olímpica. Letras esdrúxulas cantadas por pesadelos como Nicki Minaj, Chris Brown e Akon são constantes. Para disfarçar, há um segundo disco, só eletrônico e com nuances psicodélicas, mas que só aumenta ainda mais o desastre, que é quando Guetta brinca de ser DJ de verdade.
Rihanna - Talk That Talk
O ''mais do mesmo'' nem sempre é ruim. É parte da música pop, artistas lendários como Ramones, AC/DC e Bryan Ferry fizeram sempre os mesmos discos. Mas Talk That Talk é um mais do mesmo vilgar e banal. Com alguns mínimos refrões pegajosos (que ainda assim, têm pouco tempo de vida), o disco é trivial e notavelmente corriqueiro. As letras sobre sexo, diversão e amor se repetem durante todo o álbum, que não consegue sair do lugar comum.
A Banda Mais Bonita da Cidade - A Banda Mais Bonita da Cidade
A essa altura do campeonato você, infelizmente, já deve saber do que se trata esse tal ''fênomeno da internet'' A Banda Mais Bonita da Cidade. O primeiro álbum do grupo curitibano é mais infatil do que se pensa. Nele cabem 13 músicas completamente bobas e infantis; prolixas e recorrentes, que só atestam o estado de ''paumolecência'' do hit ''Oração''. Se você não tinha motivos para odiar a intertet, aqui está um mais do que satisfatório.
Britney Spears - Femme Fatale
O pior do que há de pior no pop radiofônico. Composições pífias, letras grosseiras interpretado por uma irritante voz de taquara rachada, incapaz de cantar sem o Auto Tunes do lado e batidas risíveis para seus fãs histéricos que veneram qualquer coisa imposta pelo rádio ou TV. Um disco simplesmente desprezível.
Kesha - I Am The Dance Commander + I Command You To Dance The Remix Album
Uma jovem mimada ''criada à leite com pêra'' e que faz pose de menina má, desregrada e pervertida. Tudo é tão forçado que mais parece ''uma garota que acabou de aprender seu primeiro palavra'', como bem definiu Sérgio Martins. Pra piorar, as batidas eletrônicas são de origens do terrível electro pop e em momento algum Kesha larga o Auto Tunes, que disfarça sua voz de gralha. Sem falar que tudo é embalado por uma produção limpinha, típica música para criança rebelde sem causa.
0 comentários:
Postar um comentário