Por Gabriel Albuquerque
O topo do heavy metal é lugar para poucos. Black Sabbath, Ozzy Osbourne, Iron Maiden, Motörhead e Metallica são os que se mantém na aura sagrada do estilo por décadas. Mas em 2011 surgiu um novo nome. Quatro rapazes da ensolarada Califórnia que se tornaram uma grande promessa para alcançar até então inviolável ponto mais alto do gênero.
O Machine Head já havia impressionado com o anterior, The Blackening. Quatro anos depois, o feito se repete, mas com intensidade maior, em Unto The Locust, que é ainda melhor do que o seu antecessor indicado ao Grammy. Complexo, ousado e intenso, o álbum, capitaneado pelos riffs furiosos de Robb Flynn, é o equilíbrio perfeito entre peso e melodia.
O play se inicia com a voz à capella de Flynn, em um tom que beira o sacro, em ''I Am Hell (Sonata in C#)'', interropido por uma rajada de riffs tenebrosos e guturais. As mudanças de tempo voltam à tona em ''This Is The End'', introduzida com um violão vagoroso, é subitamente metralhada por um rápido riff supersônico e bateria esporrenta.
''The Darkness Within'' representa a evolução da banda. Abre com um clima lento, onde Flynn despeja versos de influências de Bob Dylan. Com alguns minutos ela evolui para um hard rock demolidor. Mas o melhor está nas faixas plenamente viscerais, como ''Locust'', recortarda por leves susurros de vocais e ''Who We Are'', que conflita com os vocais ingênuos de um coro infantil.
Há tempos não se tem uma sequência tão avassaladora como The Blackening e Unto The Locust; cobertos por complexas camadas harmônicas e melódicas que podem ser dissecadas minuciosamente pelos especialistas, mas ao mesmo tempo é sujo, cru e violento para bater cabeça.
O Machine Head já é uma das melhores bandas de heavy metal de seu tempo. E pode chegar ao mesmo patamar do Metallica e Iron Maiden. Mas isso depende de você.
Nota 9,5:
Tracklist:
1. I Am Hell (Sonata In C#)
2. Be Still And Know
3. Locust
4. This Is The End
5. Darkness Within
6. Pearls Before The Wine
7. Who We Are
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