Por Rodrigo Luiz
Depois de dois álbuns com boa repercussão entre público e crítica, os americanos do Theocracy lançam agora o seu terceiro disco, intitulado As The World Bleeds, três anos após o seu sucessor, Mirror Of Souls. "Boa repercussão entre público e crítica" é apenas uma maneira de dizer, a banda não é tão conhecida assim na cena metálica, mas possui grande reconhecimento entre os ouvintes do chamado white metal. A meu ver, white metal é mais uma temática do que um gênero, mas é um rótulo que, inegavelmente, afasta um pouco os headbangers, principalmente pelos que se dizem "true-from-hell-anticristãos-guerreiros-pagãos-de-Odin", e outros afins.
O grupo sofreu algumas mudanças no line-up, mas estabeleceu sua formação, pelo menos por enquanto. Apesar das mudanças, o som da banda não foi tão afetado. Ele é mais rápido e intrincado, mas igualmente melódico, seguindo e linha anteriores: um power metal com melodias imediatas e a atmosfera épica comum ao gênero elevada pelo uso de coros e arranjos pomposos, herdados de uma influência progressiva que dá um bom tempero às músicas. E neste disco a banda está mais inspirada do que nunca nas composições.
Logo de cara o grupo se desafia com a faixa de abertura "I Am" e os seus mais de 11 minutos de duração. Não seria sensato se arriscar tão rapidamente, mas a canção se desenrola numo épico dramático cheio de variações e reviravoltas surpreendentes, elementos que vão do irish folk até o thrash, com melodias crescentes e excelentes arranjos vocais. Em nenhum momento a faixa parece tediosa ou forçada, tudo soa muito natural. "The Master Storyteller" e "Nailed" são rápidas e pesadas, a primeira tem melodias e refrão viciantes, e a segunda é mais obscura e agressiva, com um excelente trabalho nas guitarras e um refrão grandioso.
"Hide The Fairytale" é bem temperada por um harmonioso violão acústico como ponte para o refrão, que possui arranjos vocais bem melódicos. "The Gift Of Music", uma homenagem à música em geral, é uma balada com potencial para virar hino, repleta de lindas melodias e com um feeling absurdo. "30 Pieces of Silver" tem uma pegada mais tradicional, e em algumas partes tem até cavalgadas à la Iron Maiden. E até o final do álbum a coisa não muda muito, temos mais melodias e variações em "Drown", "Altar to the Unknown God" e "Light of the World", que também têm excelentes solos de guitarra, até a faixa-título "As The World Bleeds" encerrar o disco.
O álbum com certeza é o melhor da banda até o momento. Como já dito, sua temática acaba afastando alguns futuros ouvintes, mas a banda está longe de querer converter quem as ouve. Apenas fazem boa música, com letras que convém com as suas convicções. O intrumental é muito bem estruturado, bastante técnico, e entrega melodias extremamente cativantes, com ganchos bem acessíveis. Basta abrir a mente e se render à sua musicaliade. Altamente recomendado para os fãs do metal melódico e da boa música, podem ir na fé. E que Deus vos abençoe!
Nota 8,5
Tracklist:
1. I AM
2. The Master Storyteller
3. Nailed
4. Hide In The Fairytale
5. The Gift Of Music
6. 30 Pieces Of Silver
7. Drown
8. Altar To The Unknown God
9. Light Of The World
10. As The World Bleeds
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