sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

20 Melhores Discos de 2011 - Lista #4



Por Pedro Kirsten

O ano de 2011 em termos de música se mostrou rico em lançamentos de qualidade excepcional, nos mais diversos gêneros e provenientes de todas as partes do mundo. Tanto veteranos já conhecidos pelo público em geral quanto novas promessas musicais mostraram que aquele comentário de que a "música atual não presta" está cada vez mais ultrapassado. Nesta lista compilei vintes dos trabalhos que mais me agradaram ao longo do ano, apesar de termos dobrado a quantidade de discos em relação ao ano passado, muitos ainda ficaram de fora por falta de espaço. Organizar todos os nomes em um ranking também não foi nada fácil, já que são tantos estilos diferentes que não há como estabelecer um critério comparativo realmente eficaz, portanto as posições em que o álbum se encontra representa algo menos relevante do que parece. Sem mais enrolações, vamos ao que interessa.

20º) The Devil's Blood - The Thousandfold Epicentre

Sombrio, caótico, perturbador e envolvente. Não é à toa que o The Devil's Blood vem se tornando um dos maiores destaques do heavy metal atual, "The Thousandfold Epicentre" traz uma mistura única e viajante de metal e psicodelia.

Ouça: "Fire Burning"


19º) Sunchild - As Far As The Eye Can See

O multi-instrumentista ucraniano Antony Kalugin mostrou serviço em 2011 e lançou dois trabalhos aclamados pela crítica, "Lost Symphony", com sua outra banda, Karfagen, e "As Far As The Eye Can See", com o Sunchild. Este segundo trazendo uma mistura de symphonic prog tradicional com elementos folk, repleto de belas atmosferas e linhas vocais bastante interessantes dos quatro vocalistas que a banda possui. Relaxe e aprecie as belas melodias, pois o disco traz muitas.

Ouça: "The Ring Of Eternity"

18º) Kamchatka - Bury Your Roots

Quarto álbum de estúdio deste power trio sueco altamente influenciado pela sonoridade de bandas das décadas de 60 e 70. Hard rock potente e avassalador. Roger Öjersson possui um timbre grave e aveludado, contribuindo para que o resultado final se torne ainda mais peculiar.

Ouça: "Bye Bye Mind's Eye"

17º) The Black Keys - El Camino

Mais uma vez esta dupla americana acertou a mão na hora de mesclar rock, blues, ritmos dançantes e refrões grudentos. Um disco curto e bem produzido, sem deixar de ser simples e cativante. Difícil não ficar contagiado pelas músicas deste trabalho.

Ouça: "Lonely Boy"

16º) Foo Fighters - Wasting Light

Quatro anos após o lançamento de "Echoes, Silence, Patience & Grace", ao qual eu considerava como meu álbum favorito do Foo Fighters, a trupe de Dave Grohl confirma novamente a ótima fase com mais um trabalho de primeira linha. "Wasting Light" combina todos os elementos chave da sonoridade do Foo Fighters e os leva a um novo nível.

Ouça: "I Should Have Known"

15º) Graveyard - Hisingen Blues

Resgatar a sonoridade de bandas setentistas já não é há algo que surpreende tanto quanto antes, nos últimos anos isso quase virou uma regra entre novas bandas de hard rock, porém poucas conseguem fazer isso sem soarem clichê ou datadas demais. O Graveyard é uma das bandas que consegue resgatar a sonoridade da época sem querer soar como uma cópia descarada de suas influências. "Hisingen Blues" soa como clássico mesmo lançado em pleno 2011.

Ouça: "Ain't Fit To Live Here"

14º) Béla Fleck & The Flecktones - Rocket Science

Howard Levy voltou a tocar em um álbum de estúdio da banda após nove anos, e com ele voltou também a sonoridade que consagrou o grupo liderado pelo banjoísta Béla Fleck. "Rocket Science" é uma celebração ao passado sem perder o clima de frescor. É cada vez mais difícil encontrar bandas que executem a mistura de jazz e bluegrass com a mesma maestria de Béla Fleck & The Flecktones.

Ouça: "Storm Warning"

13º) Opeth - Heritage

O álbum mais esperado da carreira do Opeth, levando em conta o destaque que a banda ganhou nos últimos tempos, deixando até que não era fã da banda ansioso para ouví-lo, e, ao invés de se manter no "campo de conforto" o grupo lançou o trabalho mais desafiador, incomum e de difícil assimilação de toda a sua carreira. Apesar de "Damnation" já ter seguido os moldes de deixar o lado death metal da banda de fora, "Heritage" é muito mais complexo e menos acessível, além de ter uma sonoridade prog setentista muito mais aflorada que qualquer outro disco da banda. Levando em conta as influências de Mikael Åkerfeldt, era só uma questão de tempo até que o músico decidisse lançar um trabalho como este. Um disco repleto de camadas riquíssimas para serem ouvidas e descobertas várias vezes.

Ouça: "Folklore"

12º) Mastodon - The Hunter

Mais simples e acessível que os outros discos da aclamada discografia do Mastodon, mas não pense que isso quer dizer perda de qualidade, muito pelo contrário, o que temos aqui é uma das melhores obras lançadas por esse quarteto americano até o momento. "The Hunter" é um trabalho forte que prende o ouvinte com sua pegada desde a primeira audição.

Ouça: "Curl Of The Burl"

11º) Joe Bonamassa - Dust Bowl

Blues rock moderno, com solos memoráveis por todos os lados e com algumas participações especiais para dar um sabor extra; mais uma vez Joe Bonamassa não decepciona. Vale destacar também o maravilhoso disco que o guitarrista/vocalista lançou em parceria com a cantora Beth Hart e que poderia tranquilamente estar nesta lista, porém decidi escolher apenas um e acabei optando por este, dependendo do dia poderia ser o inverso.

Ouça: "Prisioner"

10º) Dream Theater - A Dramatic Turn Of Events

Sai Mike Portnoy, entra Mike Mangini. A saída do baterista e fundador da banda foi um dos assuntos mais discutidos ao longo do ano entre os headbangers até chegar ao ponto de se tornar chato. De uma forma ou de outra, é impossível não reconhecer o excelente trabalho que Mangini realizou ao assumir as baquetas. A essência dos primeiros álbuns do grupo voltou, mostrando porque o Dream Theater é sinônimo de prog metal, além de ser a banda mais influente do gênero. Músicas como "Breaking All Illusions" vão contra aquele comentário por muitas vezes batido de que "Dream Theater é só técnica, não tem feeling" que aquele seu amigo mala insiste em repetir, já que trata-se de uma combinação dos dois.

Ouça: "Breaking All Illusions"

9º) Terri Lyne Carrington - The Mosaic Project

Projeto liderado pela multi-instrumentista Terri Lyne Carrington, trazendo uma mistura de jazz com world music. O resultado saiu tão redondo que o disco pode ser facilmente apreciado até mesmo por aqueles que não possuem intimidade com o estilo. Ao todo são 21 artistas da mais fina qualidade que participam do álbum, todas mulheres.

Ouça: "I Got Lost In His Arms"

8º) The Bridge - National Bohemian

Blues, folk, rockabilly, funk, rock, soul, bluegrass, r&b... sim esse disco tem tudo isso. O fato de cada canção possuir a identidade própria da banda impede que elas soem desconexas mesmo com a grande variedade de estilos. Difícil não encontrar algo que agrade neste disco. Se você gostou do álbum e está ansioso por novos lançamentos ou para assistir uma performance da jam band ao vivo pode esquecer, 2011 também marcou o fim das atividades do The Bridge, infelizmente.

Ouça: "Big Wheel" [ao vivo]

7º) Florence + The Machine - Ceremonials

Um mix de folk, pop barroco, indie e rock, com atmosferas bastante abrangentes e um clima épico no ar. "Ceremonials" consegue ser muito bem produzido sem soar plástico ou tirar o brilho da voz versátil de Florence Welch, algo raro hoje em dia ao tratarmos de música pop em geral. "Ceremonials" é muito mais rico e surpreendente do que pode parecer em primeira vista.

Ouça: "Lover to Lover"

6º) Unexpect - Fables Of The Sleepless Empire

Brutal, intrigante, belo, exótico. São tantas características que é praticamente impossível ter uma ideia do que é o Unexpect sem ouvir a banda. São tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que é surpreendente como "Fables Of The Sleepless Empire" consegue soar bem aos ouvidos. Só não espere assimilar tudo de uma vez só, cada audição revelará algo de novo neste trabalho colossal.

Ouça: "The Quantum Symphony"

5º) Marcin Wasilewski Trio - Faithful

O trio formado por Marcin Wasilewski, Slawomir Kurkiewicz e Michal Miskiewicz dá uma aula de criatividade coletiva e improvisação. Uma sinergia contagiante predomina e as ideias beneficiam a música como um todo ao invés de dar ênfase a apenas um determinado instrumento. Há espaço para algumas interpretações de temas de outros artistas, incluindo "Oz Guizos" de Hermeto Pascoal, porém são nas composições próprias que o trio se destaca.

Ouça: "Night Train To You"

4º) The Aristocrats - The Aristocrats

Guthrie Govan, Bryan Beller e Marco Minnemann juntos, o que diabos poderia dar errado? Toda musicalidade, criativade, beleza, técnica e extravagância dos músicos reunidos em um só trabalho.

Ouça: "Flatlands"

3º) Three Seasons - Life's Road

Não há como ouvir a esta banda sem notar influências de bandas como Led Zeppelin e Deep Purple. Também não há como não notar que existe originalidade e muita competência. "Life's Road" é um álbum energético, com uma pegada bastante forte, ótimos músicos e um vocalista que dispensa comentários. Hard rock puro feito da maneira que deve ser feito.

Ouça: "Each To Their Own"

2º) Tedeschi Trucks Band - Revelator

Liderado pelo casal Susan Tedeschi e Derek Trucks, esse conjunto de onze músicos debutou em 2011 com "Revelator", um álbum de feeling e beleza exorbitante. Blues acrescido de memphis soul feito com muita sensibilidade, soando natural, moderno e autêntico. Um álbum para ser sentido e não apenas ouvido.

Ouça: "Simple Things"

1º) Steven Wilson - Grace For Drowning

Steven Wilson é uma das mentes mais inquietas e brilhantes da música atual, "Grace For Drowning" apenas confirma isso. Disco duplo e longo, mas que não cai em repetições ou em composições fracas, sendo interessante do início ao fim. Os arranjos são tão bem feitos e as atmosferas tão envolventes que o disco se torna uma verdadeira viagem, uma experiência que desperta os mais diversos sentidos. Um álbum que todos deveriam dar ao menos uma chance e se deixarem levar pela música.

Ouça: "Deform To Form A Star"

4 comentários:

Vou aproveitar agora que (finalmente) publiquei minha lista para comentar as outras três de uma vez só.

Não vou perder tempo criticando o que deveria ou não deveria estar nas listas, pois são escolhas extremamente pessoais, mas não vi nenhum álbum que não fosse "digno" de estar nas seleções, mesmo os que não tem relação com meu gosto pessoal não considero discos ruins. Gostei também de como uma lista complementou a outra, se juntar todas ficaram pouquíssimos discos de fora. Ainda tem uns discos que não pude ouvir, pretendo fazer isso nos próximos dias.

Dobramos a quantidade de álbuns, mas mesmo assim foi dureza deixar vários de fora, nesse ritmo vai chegar um ponto em que vamos acabar fazendo um Top 50 ou coisa do tipo.

devil's blood, dream theater, terri lyne carrington, florence... vários álbuns que estavam faltando pintar por aqui finalmente o fizeram. ñ sei como deixei passar esse álbum do béla fleck passar despercebido, nao sabia do álbum nem que estavam com a formação original de novo. the bridge e three seasons tbm pareceram fodas.

parabéns por todas as listas

O da Florence eu ouvi há pouco tempo, e só não ouvi antes pq tive preguiça mesmo, por ser um disco duplo. E o pior é que é mesmo excelente, com certeza entraria na minha lista, mas enfim...

Conhecendo o seu gosto, imaginava alguns nomes que poderiam estar na sua lista, como o Steve Wilson, Opeth, Dream Theater e Aristocrats. Entre os que eu ouvi, todos merecem estar na lista, exceto o Black Keys, que, para mim (e parece que apenas para mim), é mediano.

Kamchatka, The Bridge e, principalmente, Three Seasons me interessaram bastante, vou procurar ouvir o quantos antes.

E rumo ao Top 30 em dezembro, rs.

O da Florence + The Machine tem uma edição dupla, mas levei em consideração apenas o primeiro disco na escolha, já que o segundo é um CD bônus. Realmente tem uns discos que não são surpresa nenhuma terem aparecido para que me conhece, mas foi porque gostei mesmo deles e não por ser fã. O do Black Keys acabou entrando para a lista só na hora que eu comecei a escrever o post, mas mesmo assim gostei bastante do disco.

Que venha o Top 30 :)

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