domingo, 4 de setembro de 2011

Review: Santana - Supernatural Live

Por Gabriel Albuquerque

Não é o seu melhor trabalho, mas Supernatural é provavelmente o maior sucesso do legendário guitarrista Carlos Santana. O álbum recheado de participações de novos e consagrados músicos ganhou 9 prêmios Grammy e vendeu mais de 21 milhões de cópias no mundo todo.Santana, que não lançava um bom disco há alguns anos, aproveitou todo o frisson em volta do álbum e fez uma turnê que passou pela Europa e Estados Unidos, e gravou o DVD Supernatural Live no Civil Auditorium, na cidade Passadena; Califórnia.

''Supernatural Live apresenta Santana no auge de seus poderes'', diz a contra-capa. Exageros comerciais à parte, o guitarrista não está como no começo de carreira, onde fundiu R&B, rock, música latina, blues e jazz e fez uma das melhores apresentações do mítico festival de Woodstock, mas é insensatez não reconhecer que o mexicano está em ótima forma e ainda tem muita qualidade técnica.

Na primeira música, a divertida ''(Da Le) Yaleo'', Santana já bota todo o lugar para dançar. Nem mesmo as dançarinas, que ficaram meio perdidas, jogadas ao vento, conseguem estragar o bom momento.

A temperatura volta a subir no mega-hit ''Maria Maria'', onde participa a dupla de rap The Product G & B. O principal vocalista, Sincere (cujo nome verdadeiro é David McRae) vai tirando uma infinadade de casacos, jaquetas e camisas até ficar com o peito nu. E no fim, talvez para não ficar por baixo, o comparsa Money Harm desce do palco pra terminar a canção junto com a platéia. Rob Thomas, do Matchbox 20, canta ''Smoot'', outro sucesso bem recebido pelo público.

''Apache'', que traz o saxofonista e monstro sagrado do jazz Wayne Shorter, é uma ótima música instrumental, mas muito mal encaixada entre os dois hits citados acima. A mudança brusca, de um ritmo dançante para um mais lento e, de certa forma complexo, desvalorizou a canção e a sensação transmitida é puro tédio, apesar de funcionar muito bem isoladamente.

Por outro lado, a belíssima ''Angel'', com a cantora Sarah McLachlan ao piano e Santana tocando violão por cima, por ter sido executada depois de outra canção compassada (''Love of My Life'', Carter Beauford na bateria e a voz rasgada de Dave Matthews)  foi admirada com cabeça fria e corpo leve, tendo sua beleza exaltada e prontamente aplaudida de pé.

A balada  'anti-conformismo'  ''Do You Like The Way'', com a rainha do hip hop Lauryn Hill e Cee-lo Green (hoje conhecido pelo web-hit ''F*** You'', mas desconhecido na época), chama atenção com o voz emocionada de Cee-lo.

O show termina com todos juntos (com exceção de Lauryn Hill) cantando em coro o medley com ''Make Somebody Happy'', que serve de cama para Santana fazer os devidos agradecimentos a audiência a equipe e passar aquela mensagem manjada de ''o que importa é o amor'' e afins, e ''Right On Be Free''. Acabou o show, mas não o DVD.

Nos extras estão os 4 clipes do disco (''Smooth'', ''Maria Maria'', ''Corazón Espinado'' e ''Put Your Lights On'') completos,  discografia, making off, uma excelente entrevista e depoimento interessantíssimo, apesar de cansativo, do legendário guitarrista, falando, entre outros, de seu início de carreira e outros guitarristas dos anos 1960, como Jimi Hendrix.

Não há duvida: as participações especiais fizeram bem a Santana. Seu som foi refrescado e ganhou novo fôlego. No DVD não há participação do outro gigante das seis cordas Eric Clapton, mas há outras que não foram incluídas no disco, como Wayne Shorter e Sarah Mclachlan. Junte isso a extras caprichados e você tem um motivo de alegria em forma de áudio e vídeo.



Nota 8,5:


Tracklist:

01. (Da Le) Yaleo
02. Love of My Life (Dave Matthews & Carter Beauford)
03. Angel (Sarah McLachlan)
04. Put Your Lights On (Everlast)
05. Africa Bamba
06. Do You Like The Way (Lauryn Hill and Cee-Lo)
07. Migra
08. Day of Celebration
09. Victory is Won
10. Maria Maria (The Product G&B)
11. Apache (Wayne Shorter and Chester Thompson)
12. Smooth/Dame Tu Amor (Rob Thomas)
13. Gypsy Queen/Oye Coma Va
14. Make Somebody Happy/Right on Be Free (todos, exceto Lauryn Hill)

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