Se você ou seus pais eram jovens nos anos 1980, o synthpop já deve ser algo familiar. O gênero, que consistia em uma base eletrônica de teclado repetido a exaustão e refrões grudentos, foi febre no mundo todo e chegou com força total nas pistas de dança do Brasil com bandas como Pet Shop Boys, Erasure, Tears For Fears, A-ha, Depeche Mode e Information Society.
O grupo australiano Cut Copy foi formado por Dan Whitford em 2001 e tem um currículo admirável: já excursionou com Franz Ferdinand; abriu show pro Daft Punk e fez remixes para o Kaiser Chiefs e Cansei de Ser Sexy. Sua carreira discográfica, no entanto, é curta. Lançado em 2011, Zonoscope é o terceiro da banda e mais uma vez traz influências oitentistas, mas se diferencia ao trazer uma abordagem mais orgânica e rica para aquele pop eletrônico absolutamente descartável dos 80's. Em todas as onze faixas do disco é possível ouvir várias camadas de teclados, samples, batidas eletrônicas e guitarras, que se entrelaçam e formam um som pop elaborado, mas ao mesmo tempo sem firulas desnecessárias, sendo harmonioso e leve.
Por isso, Zonoscope pode ser apreciado pelo ouvinte afcionado, que presta atenção em cada nota e cada variação de tom. Mas torna-se muito mais agradável quando é ouvido sem exageros e sem preocupação, que fazem as ótimas melodias de ''Blink And You Miss A Revolution'' (assista o clipe abaixo), que também tem um refrão irresistível, e ''Need You Now'' e se destacarem.
Com mais de 15 minutos, a experimental ''Sun God'' destoa das demais músicas do álbum. Apesar de ser boa, fica e perdida dentro do contexto e puxa o trabalho para baixo. Mas as outras faixas ainda conseguem sustentar Zonoscope, que mostra que é possível ser pop sem perder a credibilidade artística.
Nota 8,5:
Tracklist:
01 – Need You Now
02 – Take Me Over
03 – Where I’m Going
04 – Pharaohs & Pyramids
05 – Blink And You’ll Miss A Revolution
06 – Strange Nostalgia For The Future
07 – This Is All We’ve Got
08 – Alisa
09 – Hanging Onto Every Heartbeat
10 – Corner Of The Sky
11 – Sun God
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