sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Review: Insomnium - One For Sorrow

Por Rodrigo Luiz

Logo em sua estreia, com o disco In The Halls Of Awaiting, o Insomnium já criou muitas expectativas em relação ao seu futuro. Essas expectativas foram correspondidas nos discos seguintes, todos bastantes coesos, que lhe renderam uma curta, mas consistente discografia. O aguardado One For Sorrow foi lançado recentemente, e é mais uma excelente adição para a discografia dos finlandeses.

One For Sorrow nos brinda novamente com muita melancolia, melodia e peso, com um feeling impressionante. As guitarras rolando o tempo todo, uma bastante melódica e outra mais pesada fazendo a base, a atmosfera melancólica e densa das músicas, os guturais profundos e bastante graves do vocalista/baixista Niilo Sevänen, que enfatiza ainda mais essa atmosfera... pouca coisa mudou desde o último álbum. Melancolia, tristeza e dor é o que predomina aqui.

Como de costume, uma introdução instrumental faz a abertura do disco, e seu nome é "Inertia". Ela passa uma primeira impressão perfeita do que estar por vir, começando um pouco mais tranquila, numa melodia sombria, mas vai ganhando peso progressivamente até explodir de vez. "Through the Shadows" tem um riff excelente que se prolonga por toda a música, e também um refrão viciante, onde se ouve até a voz limpa do guitarrista Ville Friman, com os guturais de Sevänen ao fundo. A longa "Song of the Blackest Bird" já começa agressiva, e assim continua durante quase a música inteira, com vocais bem mais densos do que o comum e uma atmosfera absolutamente sufocante. Essa atmosfera só dá uma trégua perto do final, quando o instrumental fica mais melódico. "Only One Who Waits", apesar de bem pesada, chega dando uma explosão de riffs e melodias empolgantes, com um belo trabalho instrumental, principalmente nas guitarras. A single "Unsung" volta com o clima denso e sombrio, e é outra bela composição, e um dos destaques do álbum, com um refrão memorável. "Every Hour Wounds" é a música mais pesada do disco, sendo bastante agressiva, mas vai perdendo peso em seu decorrer, com várias transições de melodias, culminando num refrão bastante melódico. Em seguida, para descansar um pouco os ouvidos, temos "Decoherence", um instrumental acústico, levíssimo e relaxante.

Depois do descanso, seguimos com a melódica e variada "Lay the Ghost to Rest", que possui belas passagens acústicas e trechos com vocais limpos que funcionam surpreendentemente bem. "Regain The Fire" é a que mais usa esse novo recurso dos vocais limpos, e também uma das mais completas, onde o peso e a melodia são equilibrados com maestria, além de ter um cathiness difícil de resistir. A inspiradíssima faixa-título, "One For Sorrow", começa leve, com os vocais limpos de Friman, e desenvolve ganhando ares progressivos, até chegar numa melodia melancólica e triste acompanhada dos guturais de Niilo Sevänen, com contornos bem épicos, fechando o disco da melhor maneira possível.

Neste disco, os finlandeses fazem o mesmo som de costume, mas conseguem fazer com que ele soe fresco e novo. Eles exploram toda a brutalidade e também todo o lado melódico como nunca antes, e, em alguns momentos, brutalidade e melodia até caminham juntas, sendo possível notar alguma beleza mesmo em meio aos guturais, e também alguma agressividade mesmo com as melodias rolando o tempo todo. Mas vale uma ressalva para a produção, que deixou as guitarras e os vocais bem misturados, mas desfavoreceu muito a bateria. Fora isso, One For Sorrow é um passo sólido para frente e mostra a banda na sua melhor forma.



Nota 8,0

Tracklist:
01. Inertia
02. Through The Shadows
03. Song Of The Blackest Bird
04. Only One Who Waits
05. Unsung
06. Every Hour Wounds
07. Decoherence
08. Lay The Ghost To Rest
09. Regain The Fire
10. One For Sorrow

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